Inicialmente, a ideia de tal grupo parecia inexequível, mas, ainda assim, existiu: as enfermeiras paraquedistas, um grupo de mulheres formadas para prestar assistência em cenário de guerra. Contra a desconfiança dos mais conservadores e as próprias dificuldades do cenário em que se encontrariam, as mulheres deste grupo prestavam o auxílio necessário em condições extremas. O que este livro apresenta é a sua história.
É interessante notar que, sendo este um livro relativamente curto, permite, ainda assim, ficar com uma visão muito completa do assunto que trata, mesmo para quem não tenha qualquer conhecimento prévio do assunto (como era o meu caso). Através da história dos vários elementos deste grupo, a autora transmite com clareza as regras de funcionamento, as dificuldades e a forma como a situação era encarada. É fácil imaginar o que é descrito pelas palavras das várias mulheres que integraram o grupo. E isto aplica-se tanto às situações vividas em cenário de guerra como ao que as levou até lá e ao que foi a sua vida depois disso.
Outro aspecto que se consegue ao mostrar os diferentes testemunhos é construir uma ideia bem clara do que terá sido o impacto emocional dessas experiências. Tanto no relato da aprendizagem como dos episódios mais marcantes vividos por cada uma das mulheres, há um evidente cuidado em mostrar não só os acontecimentos mas a marca que estes terão deixado na vida de quem os viveu, o que contribui para tornar mais interessante uma leitura que, só pelos factos, já daria bastante para descobrir.
Trata-se, portanto, de um livro interessante, que apresenta um lado, talvez, menos conhecido da guerra, e que, de forma envolvente e esclarecedora, consegue mostrar não só os actos das enfermeiras paraquedistas, mas a marca que essas acções deixaram nelas e nos outros. Muito interessante.
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