Seis anos depois do seu último contacto, Amélia e Mário voltam a encontrar-se, para viver a longamente adiada paixão. O cenário é Mansores, lugar onde um vale está na origem de muitas lendas e de uma estranha espécie de culto que está agora prestes a ser revitalizado. Cruzam-se, assim, muitos caminhos. Criam-se relações invulgares. E, no misterioso cenário do mar de Mansores, floresce a atracção.
Destacam-se, deste livro, como pontos positivos, uma muito interessante ideia como base para a narrativa e os momentos associados ao passado desconhecido de Amélia. Com as suas origens parcialmente desconhecidas e os seus assuntos inacabados, é, na verdade, Amélia que se destaca, ainda que não tenha assim tanto protagonismo, comparativamente às outras personagens. São, ainda assim, os seus momentos os mais envolventes, sendo de referir como particularmente bem conseguida a situação em redor do homem do fraque.
Fica, contudo, a ideia de uma história onde haveria bastante mais a dizer. As relações entre as diferentes personagens e, principalmente, as origens e razões de ser do referido culto são exploradas de uma forma algo vaga. Acaba por se desenvolver, principalmente, a componente sexual e erótica de alguns momentos, deixando por apresentar explicações que poderiam contribuir com uma maior envolvência para a narrativa. A linha essencial da história é interessante, mas a falta de algumas explicações faz com que o progredir do enredo seja, por vezes, ambíguo ou confuso, o que, juntamente com algumas falhas de revisão, quebra um pouco o ritmo da narrativa.
Ficam, portanto, desta leitura, sentimentos ambíguos. Há momentos bastante bons e uma história que, na sua base, tem uma ideia cativante. Podia, ainda assim, ser algo de bastante maior com um maior desenvolvimento das explicações e das histórias individuais dos seus protagonistas.
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