Quase divagações, imagens de um mundo concreto traçadas com um cunho muito pessoal, vivem, neste pequeno livro de poesia, diferentes temas, cenários e sentimentos, abordados de forma algo directa, mas evocando imagens surpreendentes e, principalmente, marcando pela emoção que transparece de cada poema.
Num tom onde se reflecte a nostalgia, aquela melancolia do homem que olha para o passado, sobressai de vários dos poemas o grande valor que, por vezes, vem das pequenas coisas. Domina o sentimento e é o sentimento que marca, tanto na visão do mundo em redor como nas motivações pessoais, tanto ao falar da vida e dos outros como ao mergulhar na introspecção das razões - de escrever, de viver, de ser. E há algo de mágico, algo de belo mesmo na tristeza, que transparece em cada poema. Não é algo que se explique de forma racional, mas está lá, e é principalmente isso que marca.
Construídos numa linguagem relativamente directa, mas que não perde por isso qualquer profundidade, é da força das emoções que se alimentam estes poemas. Palavras que deixam o leitor a reflectir, que evocam sentimentos com que muitos se poderão identificar e que desenvolvem, afinal, temas e cenários que, sendo conhecidos de muitos, serão vividos de forma diferente por cada um. Belo, tocante e muito bom.
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