Reflexões sobre a condição humana... É assim que são apresentados os três contos que fazem parte deste livro e, de facto, é da condição humana e das suas mudanças com o decorrer do tempo que trata cada uma das histórias. Os nomes dos autores são sobejamente conhecidos e são diferentes as abordagens ao tema. Ainda assim, todos os contos têm algo de bastante interessante.
O primeiro conto é também o melhor do livro. Putois, de Anatole France, trata de como a descrição de uma figura imaginária se torna num ritual familiar, bem como da transição dessa figura da ficção para a realidade. Intrigante, algo caricato, marca deste conto a reflexão filosófica sobre o ser real e o ser imaginário. Apresenta também uma boa visão de como pode ser ténua a linha que separa o real do fictício. Um conto pausado, mas muito interessante, que marca, principalmente, pela fascinante construção da personagem.
Segue-se Aquele Sol Poente, de William Faulkner. A história é, essencialmente, a de uma mulher com medo, mas, pausado e algo ambíguo, marca mais a caracterização do cenário (físico e de mentalidades) em que a história decorre que propriamente a estranha história de Nancy. Trata-se, apesar disso, de um conto envolvente e, na globalidade, interessante.
Por último, A Cigarra e a Formiga, de W. Somerset Maugham, trata de um homem de prioridades duvidosas e de como a moral da fábula que dá título ao conto pode ser questionada e mesmo subvertida. Breve, nas preciso na mensagem de que a vida não é justa, um conto muito bom.
A impressão final que fica destes contos é, em suma, a de textos em que, mais que a história, marca a visão da humanidade e da vida, com todas as suas dificuldades e injustiças. Interessante e de leitura agradável, um bom livro para reflectir.
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