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Longe, em grande parte, do cenário apresentado no primeiro volume desta trilogia, há, ao longo da narrativa, bastante de novo para descobrir. Menzoberranzan e, particularmente, Malice Do'Urden continuam a ter um papel determinante no rumo de toda a história, mas, mais que a perseguição e a Drizzt e as consequências de um possível fracasso, é o percurso do próprio Drizzt o que mais marca neste livro. De uma solidão cada vez mais insuportável cria-se, à partida, empatia para com o protagonista. E, das suas escolhas e descobertas, com todo o consequente impacto no rumo da sua vida, surgem momentos intensos e de grande força emotiva, potenciando a empatia já existente para com o elfo renegado.
Tal como no primeiro livro, os momentos de acção e a considerável caracterização dos lugares onde esta decorre conjugam-se num bom equilíbrio, o que, associado aos momentos mais emotivos, faz com que a leitura se mantenha envolvente desde o início ao fim. É o protagonista a grande força desta história, mas há outros elementos interessantes a descobrir. Belwar, com as suas próprias sombras e o passado que o liga a Drizzt, e Clacker ,com a inevitável dualidade resultante da sua transformação, complementam bem a natureza do protagonista, dando outra perspectiva aos seus dilemas anteriores. Além disso, a situação em Menzoberranzan contribui para o que se insinua como uma impressão de continuidade: os problemas não acabaram com a partida de Drizzt e todas as escolhas têm as suas consequências.
Uma boa história, com personagens cativantes e um rumo de acontecimentos bastante diferente do de Pátria (ainda que os valores permaneçam iguais), Exílio continua, de forma interessante e com vários bons momentos, uma história que, não sendo um mundo completamente novo, marca, ainda assim, pelas figuras que o povoam.
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