A história de uma vida é algo de vasto e complexo, que só quem a viveu conhece totalmente. Mas a história do que nos são mais próximos é-nos também particularmente interessante. O que este livro sugere não é contar-nos uma histórias, mas antes construir uma a partir das memórias. E, com as suas várias perguntas e desafios pertinentes, consegue ser, ao mesmo tempo, viagem e desafio: um desafio a ser partilhado entre pais e filhos.
Embora tendo sempre uma grande relutância em preencher este tipo de livros (por não querer estragar algo tão giro com a minha letra terrível), dou sempre por mim a imaginar respostas, possibilidades, o resultado final de um livro totalmente preenchido. E a imagem que emerge deste exercício de imaginação é particularmente agradável no que respeita a este livro. É fácil imaginar longas conversas entre pais e filhos, a desfiar memórias e a analisar as várias questões propostas, para depois preencher os espaços. E basta esta impressão para fazer com que valha a pena: a de que se trata de um livro para partilhar.
É também um livro bonito, com um aspecto quase que de diário, e que ficará ainda mais bonito (para quem o preencheu) uma vez concluído, pois não só tem muito espaço para as respostas, mas também para fotografias, desenhos e rabiscos. Afinal, há memórias que são mais visuais do que verbais, não é? E também para essas há espaço neste livro.
Está longe também de ser apenas um desafio para os mais novos, havendo mesmo algumas perguntas que talvez sejam algo delicadas. Ainda assim, é um exercício gradual e um desafio interessante, tanto para um filho propor ao pai como para alguém que queira surpreender os filhos.
O resultado é um projecto relativamente simples, mas bastante completo, que se tornará em algo único depois de preenchido. Uma experiência para partilhar, portanto, e para guardar, depois, como um daqueles pequenos tesouros que, no fundo, são os mais importantes: as memórias.
Título: Pai, Conte-me a Sua História
Origem: Recebido para crítica
Sem comentários:
Enviar um comentário