A Francisca é uma rapariga perfeitamente normal com uma consciência ambiental acima da média. E o seu plano para as férias pode ser igual ao de tantas outras crianças da sua idade - praia, doces, diversão - mas envolve também outras actividades como apanhar lixo e ensinar os primos a serem mais ecológicos. Parece chato? Pois não é. E, na companhia dos amigos e da família, a Francisca vai ter o aniversário e as férias mais fixes de sempre!
Uma das primeiras coisas a chamar a atenção neste segundo livro de aventuras da Francisca é a agradável sensação de familiaridade, que significa que já no primeiro volume ela se tornou uma personagem memorável. Reencontrar a Francisca é reencontrar uma personagem cativante, divertida, com muito de relevante para ensinar e, ainda assim, com todas as peculiaridades de uma criança de dez anos. Ou seja, capaz de cativar tanto crianças como adultos.
Outro aspecto interessante é que, uma vez que grande parte da história deste segundo livro decorre em tempo de férias, o percurso da Francisca tem muito mais espaço para a diversão, não esquecendo, contudo, a importância do trabalho (por mais relutância que este possa envolver) e também da protecção do ambiente, causa de vida desta notável protagonista. O resultado é, pois, uma história que consegue ser muito divertida (particularmente no que toca à relação da Francisca com: 1. o irmão; 2. as verduras; 3. o acordar cedo) ao mesmo tempo que aborda várias questões pertinentes, que vão desde as múltiplas questões ambientais à importância de poder contar com os amigos e a companhia das pessoas de quem gostamos.
Ora, as férias da Francisca passam por três locais diferentes, o que poderá ter o efeito secundário de gerar uma ligeiríssima inveja em quem lê as suas aventuras - e, sim, adultos incluídos. Mas há um lado positivo nesta dispersão de cenários: é que cada local - e correspondentes pessoas - tem rotinas, hábitos e personagens diferentes, o que, além de permitir à Francisca espalhar a sua mensagem ecológica por mais pessoas, permite uma maior diversidade de interacções, que vão desde a companhia dos avós a uma multiplicidade de primos e depois apenas os pais.
No fim, a impressão que fica é bastante semelhante à do primeiro: a de um livro leve e divertido, cheio de ilustrações engraçadas e com um enredo que mistura o humor de umas quantas peripécias peculiares com uma mensagem muito importante. Uma boa história, em suma, com uma protagonista muito especial.
Autoras: Maria Inês Almeida e Catarina Bakker
Origem: Recebido para crítica
Sem comentários:
Enviar um comentário