Finalmente reconciliado com Allison, Kyle Barnes está disposto a tudo para proteger a filha. Mas cedo se torna evidente que fugir deixou de ser uma opção. Os inimigos são cada vez mais e, enquanto Proscritos, Kyle e a filha nunca estarão a salvo se a única opção que tiverem for uma fuga constante. Mas, com as movimentações das forças inimigas, surgem também novos aliados. Simon, o pai de Kyle, tem um conhecimento mais amplo dos seus poderes de Proscrito, o que lhes permitirá causar mais estragos ao inimigo. Mas só uma coisa é certa: o fim está próximo. E é preciso que haja luta para saber qual dos lados vencerá.
Parte do que torna esta série tão viciante é a forma como, ao chegar ao final de cada livro, fica sempre uma grande pergunta em aberto que torna irresistível a vontade de saber o que acontece a seguir. Por isso, nada melhor que um volume duplo para satisfazer essa necessidade. E que volume! Há todo um conjunto de desenvolvimentos notáveis, que vão desde um maior desenvolvimento das forças em colisão em toda esta história a todo um conjunto de momentos de acção e de perigo que, além de tornarem a leitura absolutamente irresistível, criam um interessante contraponto com os momentos mais emotivos e pessoais. E tudo num equilíbrio certeiro em que tudo parece ocupar precisamente o sítio certo.
Sendo o penúltimo volume, é apenas de esperar que as coisas se tornem mais tensas, mais perigosas, e que os grandes desenvolvimentos tenham um impacto cada vez maior. Ainda assim, é impossível antever a força dos momentos mais relevantes, até porque, embora Kyle continue a ser o cerne de todo o enredo, parece haver novas ramificações a tornar tudo ainda mais complexo. Cada vez mais, é possível ver os dois lados da batalha e compreender quão desigual esta será. Ora, basta esta certeza para aumentar a intensidade dos momentos. Pois é quando tudo parece impossível que as grandes revelações emergem.
Comparativamente aos livros anteriores, é bastante evidente que a acção se multiplicou neste volume, sendo, naturalmente, de destacar o poderosíssimo final (tanto a nível visual como de enredo). Mas é interessante notar como a natureza essencial da história se mantém constante: o mesmo ambiente sombrio, realçado pelos tons escuros e reflexo de um conflito interior igualmente negro; o mesmo delicado equilíbrio entre a necessidade de combater e a necessidade de proteger; a mesma construção de um herói que se torna mais perfeito através das suas imperfeições. Tudo converge para um pico de intensidade, mas as pesadas sombras que fazem de Kyle Barnes a personagem que é continuam lá, onde sempre estiveram.
E, uma vez mais, tudo termina com uma grande questão e a necessidade imperiosa de saber que fim poderá haver para esta longa batalha. E a imagem que fica é novamente a mesma: a de um livro tão sombrio quanto viciante, tão peculiar como surpreendente, tão vasto e complexo como a mente do seu protagonista. Fascinante, intenso, irresistível, um livro que não posso deixar de recomendar.
Autores: Robert Kirkman e Paul Azaceta
Origem: Recebido para crítica
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