quarta-feira, 6 de maio de 2009

Luto Lento (João Negreiros)

Não é apenas um livro de poesia, este "Luto Lento". Ao longo das suas cerca de 150 páginas, este livro é um espelho de confidências e de pensamentos baralhados, uma miscelânea de identidades, onde o autor se confunde com o leitor de uma forma tão completa e complexa que não se sabe onde termina um e começa o outro.
A cada página que lemos, somos confrontados com a violência de um sentimento expressado sem barreiras, de uma forma completamente crua, despida de todos os floreados que, muitas vezes, se utilizam para proteger as mais sensíveis susceptibilidades. Cada frase é construída como se brotasse do caos, explosiva, contundente, inesquecível na sua originalidade. Sim, porque, sem recorrer ao tão recentemente afamado excesso de recursos estilísticos, encontro um livro que transborda sentimento, mas que é também diferente de tudo aquilo que já li.
Não é um livro fácil de ler, este "Luto Lento". E essa complexidade não se deve a nenhuma rebuscada escolha de palavras, mas à portentosa mensagem que transborda destas páginas. Uma explosão de pensamento, sentimento e caos, fundidos numa teia tão complexa que nos leva a questionar tudo, desde o mais simples gesto à nossa própria sanidade. E é por isso que este livro é daqueles que, perante o seu leitor, não conquista um meio termo.
É um livro que se adora ou se odeia. Eu, pessoalmente, adorei.

1 comentário:

  1. Esta não é mais uma obra prima, mas sim a obra prima de todos os tesmpos!! João Negreiros, o maior escritor que alguma vez a humanidade teve oportunidade de ter!!

    ResponderEliminar