quinta-feira, 21 de maio de 2009

Os livros de bolso estão de volta à Publicações Europa-América

«Pequenos em tamanho
Grandes em qualidade»

Os Privilégios, de Stendhal, colecção «Livros de Bolso ­ Grandes Obras»

Henry Beyle, mais conhecido como Stendhal, entrou nos caminhos do romance movido pela necessidade de conhecer o seu próprio «Eu». Daí que a marca profundamente autobiográfica tenha sobremaneira influenciado a sua forma de escrever.
É certo que Os Privilégios, obra póstuma e de cariz marcadamente autobiográfico, foram durante muitos anos renegados e esquecidos por entre as outras obras-primas do autor, por revelar uma outra faceta deste cultor das paixões humanas e do «egotismo».
Assim, neste texto fulgurante, estruturado em vinte e três artigos, como se tivessem sido ditados por um «God» que o teria visitado durante o sono, Stendhal tem a oportunidade de se reencontrar com todos os seus desejos, todos, mesmo os mais íntimos, mesmo os mais ousados, mesmo os mais secretos.
Não será este um sonho comum a todos os homens?
Mas esta obra é também um marco da genialidade sublimada da escrita de Stendhal. Em apenas algumas dezenas de páginas, ele refaz o mundo segundo um ideal de beleza, embebe a sua escrita dum universo mágico e maravilhoso e convida mais uma vez os leitores, «os raros apenas», a entrar neste universo que é o «espelho que passeia ao longo dum caminho»: o seu.

Pequeno Manual de Campanha Eleitoral ­ seguido de «Carta a Ático» e de « Defesa de Murena», de Quinto e Marco Cícero, colecção «Livros de Bolso ­ Grandes Obras»

O sistema eleitoral que Cícero (106 a. C.-43 a. C.) conheceu nas últimas décadas da República romana é bem diferente do nosso, mas os princípios que regem uma campanha eleitoral permanecem os mesmos: assegurar o sustento das pessoas influentes e conciliar a massa dos eleitores, manipulando-os subtil e sub-repticiamente.
No Pequeno Manual de Campanha Eleitoral, obra redigida em 64-65, aquando da disputa de seu irmão, Marco Cícero, por um lugar no Senado, Quinto Cícero indica o caminho que todo e qualquer candidato deve seguir de forma a atingir o seu objectivo, bem como dá conselhos precisos e metódicos.
Este pequeno tratado, no qual Quinto Cícero soube muito bem tirar partido da força do registo epistolar, chegou até nós como sendo um esboço das linhas mestras de uma perfeita campanha eleitoral.

«Como tirar partido dos seus inimigos ­ seguido de Como distinguir um bajulador de um amigo», de Plutarco, colecção «Livros de Bolso ­ Grandes Obras

Plutarco (66 d. C.-120 d.C) é uma das figuras mais proeminentes da Antiguidade Clássica, e nomes como Shakespeare, Montaigne, Jean-Jacques Rousseau, entre outros, não ficaram imunes à influência do escritor e filósofo grego, cultor da virtude moral e da ética.
Fiel ao seu estilo livre e espontâneo, nestes dois tratados Plutarco mistura toda a sua arte de um eloquente erudito e todo o seu génio humorista, ao integrar oportunamente episódios anedóticos, mitológicos e de discussão, apresentados segundo os princípios da elegância, do rigor e da boa educação.
Assim, se, por um lado, em Como Distinguir Um Bajulador de Um Amigo o autor defende que os velhos hábitos de bajulação obrigam um homem honesto a ter uma postura prudente, nobre e vigilante em relação ao inimigo, por outro lado, em Como Tirar Partido dos Seus Inimigos, Plutarco defende exactamente que são esses inimigos que nos obrigam a permanecer num permanente estado de vigilância interior que nos indicarão o caminho para vencermos as adversidades e nos tornarmos melhores.
Nestes dois tratados, Plutarco mostra ao Homem de Estado ou simplesmente ao Homem Comum a forma como um verdadeiro estratega pode, em circunstâncias adversas, usar em seu proveito e a seu favor as críticas, as difamações, as injúrias e as calúnias dos seus inimigos pessoais.

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