terça-feira, 18 de setembro de 2012

Noites de Paixão (Cheryl Holt)

Kate Duncan chega a Londres na companhia de uma prima disposta a muito para conseguir casar com o homem que veio conhecer, inclusive a recorrer a uma poção de amor. Mas, quando Melanie lhe pede que ponha a poção na bebida de Lord Stamford, Kate recusa-se a acreditar que a beberagem tenha qualquer valor... e bebe-a, para o provar. Mas a poção tem alguns efeitos, ainda que inesperados, e Kate dá por si à entrada do quarto de Stamford no momento em que este se encontra ocupado com outra mulher. No dia seguinte, Kate descobre que tem na sua posse um anel de Marcus... e que não se recorda do que aconteceu. Mas ele lembra-se de a ver e acha-a bem mais interessante que a sua possível noiva. Além disso, o desaparecimento do anel dá-lhe a vantagem necessária para a persuadir a vê-lo. Mas há intrigas em seu redor e nem a sua reputação de experiente libertino o pode proteger quando Kate, que lhe desperta sentimentos desconhecidos, está no centro de planos que ele nem imagina.
Ainda que a relação entre Kate e Marcus seja um dos aspectos essenciais do enredo, o romance acaba por ser um dos elementos que menos sobressai ao longo de todo o livro. Partindo de uma situação em que é a sensualidade que domina, e evoluindo para os meandros de uma teia de intrigas quase maquiavélica, o lado romântico da relação entre os protagonistas acaba por ser bastante discreto, revelando a sua intensidade apenas numa fase muito avançada da história. Na verdade, o que liga Kate a Marcus é, durante muito tempo, essencialmente atracção física, o que, aliado a temperamentos muito diferentes (e, no caso de Marcus, algo difícil), leva a que a ligação entre ambos pareça, principalmente, na fase inicial, um pouco forçada. Com o evoluir da história, contudo, a relação cresce e as dificuldades de Kate, que acabam por conduzir a um final particularmente bem conseguido, acabam por levar a que, também do ponto de vista romântico, a conclusão seja substancialmente mais forte que a algo peculiar fase inicial.
Mais que a relação entre os protagonistas ou os momentos mais sensuais, é nas complicações e intrigas dos que rodeiam Kate e Marcus que se encontra o mais interessante do enredo. Numa história em que várias personagens sobressaem pelos defeitos e em que Kate surge quase como uma Cinderela, com Regina como uma quase madrasta má disposta a tudo para conseguir o que quer e Marcus a surgir como um príncipe não muito encantado, o contraste entre a crueldade de uns e a inocência e benevolência de outros (Kate, em particular, mas também Selena e Christopher) acaba por criar uma inesperada empatia, já que, no meio de tanta manipulação, surge a curiosidade em saber se os principais intervenientes da história terão, no final, aquilo que merecem. É esse o lado mais cativante da história e a forma como é desenvolvido contribui também para a grande intensidade da fase final.
Partindo de um início um pouco vacilante, mas em que os elementos mais forçados se vão diluindo com o desenrolar dos acontecimentos, Noites de Paixão conjuga intriga, sensualidade e um pouco de emoção para dar forma a uma história envolvente, com alguns momentos surpreendentes e um final particularmente bom. Gostei.

1 comentário:

  1. Olá! Fiquei curiosa acerca deste livro. Quando tiver oportunidade, hei-de lê-lo :)
    Beijinho

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