terça-feira, 8 de janeiro de 2013

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Neste conjunto de ficções publicado em 1949 (acrescido de quatro textos na edição de 1952), encontramos os motivos borgesianos recorrentes: o tempo, o infinito, a imortalidade, a identidade, o duplo, a perplexidade metafísica.
Descoberto na cave de um casarão devoluto, o Aleph – que dá título ao último conto e ao livro – é “uma pequena esfera de cor tornesol, de um fulgor quase intolerável”, o ponto no universo a partir do qual se vê a totalidade do universo, em simultâneo e sob todos os ângulos. Borges tê-lo-á definido com a comparação: «o que a eternidade é para o tempo, o Aleph é para o espaço.»
«Começa aqui o meu desespero de escritor.»  – afirma o narrador  – «Toda a linguagem é um alfabeto de símbolos cujo exercício pressupõe um passado que os interlocutores compartilham; como transmitir aos outros o infinito Aleph (…)?»

Nas listas de maiores escritores do século XX, há vários nomes omnipresentes: Proust, Joyce, Kafka. Jorge Luis Borges é um deles. A sua ascensão ao panteão literário foi lenta, mas com o reconhecimento do  prémio Formentor, em 1961, fixou-se aí definitivamente. Borges tornou-se uma lenda, um arquétipo do escritor erudito e de infinitos conhecimentos enciclopédicos.
Bibliotecas, tigres, espelhos e labirintos: não é possível pensar em qualquer destes substantivos sem que o nome de Borges nos ocorra de imediato. São elementos de um universo único que gerou uma multidão de admiradores e imitadores, embora nenhum tivesse atingido o nível do mestre. Tal como os escritores referidos no início, Jorge Luis Borges não recebeu o Prémio Nobel.


Quando a princesa Diana morreu em Paris, tinha trinta e sete anos. Se tivesse sobrevivido, faria cinquenta e um anos no dia 1 de Julho de 2012. Quem seria ela agora se estivesse viva? O que faria? E onde?
Monica Ali, uma das escritoras mais versáteis e ousadas do nosso tempo, imaginou um destino diferente para Diana no seu novo livro. Uma década após o acidente de Paris, uma mulher britânica chamada Lydia vive numa pequena cidade norte-americana. Tem um círculo de amigas: uma tem uma loja de roupa, outra é agente imobiliária, outra é uma mãe a tempo inteiro. Lydia é voluntária num canil e gosta de nadar. O namorado, que a adora, sente que ela não se dá a conhecer. Quem é ela?
Uma História por Contar fala dos custos da fama, do sentido da identidade e da possibilidade (ou impossibilidade) de se reinventar uma vida. A princesa ficcional de Monica Ali é bonita, intrépida e engenhosa e conseguiu para si própria uma paz frágil. Mas depois o passado ameaça destruir a sua nova vida.

Monica Ali foi nomeada pela Granta para a sua lista de vinte melhores romancistas britânicos. É autora de Brick Lane,  Alentejo Blue e  Na Cozinha. Foi finalista do Booker Prize. Vive em Londres com o marido e os dois filhos.

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