Luke Dantry passa horas e horas na internet, a investigar e a alimentar diálogos com participantes em sites de natureza extremista. O objectivo é, aparentemente, reunir dados para um estudo psicológico a ser levado a cabo pelo seu padrasto. Mas quando Luke é raptado no parque de estacionamento de um aeroporto, a teia de mentiras que o envolvera cai e a verdade é toda uma confusão de planos, numa guerra entre organizações terroristas e de contra-terrorismo.
Acção constante. É este o elemento essencial ao longo de todo este livro. Desde os primeiros momentos até à conclusão algo misteriosa desta história, todo o enredo gira em volta de ataques e fugas. Porque Luke não faz a menor ideia do que se passa, e tanto a rede terrorista que parece ter ajudado a criar como os que se apresentam como os bons da fita persistem numa recusa em apresentar explicação, insistindo antes no apelo à confiança que dá título ao livro.
Bastante viciante e com uma escrita envolvente, este livro tem alguns pontos bastante surpreendentes. Antes de mais, o responsável pelo primeiro rapto, que está bem longe do indivíduo confiante que normalmente protagoniza este tipo de situações. Depois, a revelação progressiva dos múltiplos segredos em volta de Luke, desde a quem era o pai e como morreu à verdadeira natureza dos planos do padrasto. E, no meio de circunstâncias como a vastidão dos ataques terroristas que se planeiam e acontecem ao longo do enredo, é na verdade a relação de Luke com os membros das organizações em conflito a grande influência em várias das situações.
Como aspecto menos bom, haverá a apontar que, no ritmo de fuga constante vivido pelo protagonista, fica a sensação de que as ligações mais profundas entre personagens ficam por explorar devidamente, principalmente na história de Warren. Além disso, para um indivíduo com pouco treino e completamente perdido num plano bem maior que ele, Luke parece ter algum excesso de sorte nas suas fugas, originando alguns momentos mais improváveis.
Envolvente, com um tema interessante e um final que deixa bastante à imaginação do leitor, Confia em Mim é um livro que, ainda que com alguns momentos menos bem conseguidos, proporciona, de modo geral, uma leitura agradável e surpreendente.
Apesar de não ser uma fã de policiais ainda assim tempo acompanhar alguns autores que por um acaso tive o prazer de desfolhar, este foi um deles.
ResponderEliminarEstranho o teu comentário realmente noto através de outros livros que li de Jeff, O Medo e o Pânico, livros que o autor não se perde na exploração das personagens mas mais no fórum psicológico dos crimes e nos seus retratos, estou enganada?
Ainda não li o Confia em Mim, mas ofereci-o ao meu pai na esperança de um espacinho para o ler em seguida, no seguimento dos livros anteriores deste autor achas que me vou desiludir?
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Este foi o primeiro livro que li do autor (tenho o Colisão ali na pilha) e gostei bastante da leitura. A única coisa que gostava de ver mais neste livro é uma exploração mais desenvolvida do carácter do protagonista, porque passa por mesmo muita coisa e é o tipo de personagem com que tendo a identificar-me.
ResponderEliminarMas sim, a componente psicológica dos factos em si está muito boa e tem muito de interessante.