Tudo mudou na Casa da Noite, agora controlada por Neferet e pelo anjo caído Kalona. Este, apesar da sua malevolência, parece exercer sobre os que o rodeiam um efeito hipnótico, surgindo como a encarnação da beleza. Apenas Zoey e o seu grupo de amigos parecem compreender a verdadeira natureza do perigo e, depois de uma apressada fuga para os túneis, impõe-se descobrir uma forma de derrubar, ou pelo menos, afastar Kalona. Mas como?
Tal como os livros anteriores, este Perseguida continua a surgir com aspectos bastante intrigantes, ligados a outras questões de interesse menor. E o grande ponto positivo continua a ser a abordagem invulgar aos elementos da mitologia, neste livro mais centrada nos mitos cherokee, ao mesmo tempo que vai aprofundando algumas características do mito vampírico, bem como dos dons cedidos por Nyx aos seus iniciados especiais. Novas revelações são apresentadas, não só na questão de Kalona, mas também no que respeita a Stevie Rae e os seus iniciados vermelhos, que, lentamente, se vão tornando mais compreensíveis na sua estranha natureza.
A escrita continua bastante acessível, ainda que por vezes a quase necessidade de inserir termos de linguagem mais adolescente torne as situações um pouco forçadas. Ainda assim, e apesar de haver momentos mais parados e a história pareça perder parte do interesse, principalmente quando elementos, características e preocupações menores já amplamente referidas nos livros anteriores são repetidas ainda outra vez, o facto é que o livro continua a tornar-se bastante viciante, principalmente a partir do momento em que o plano de acção se define, para culminar num final que deixa tanto para saber que é quase impossível não ficar uma certa curiosidade em ler o volume seguinte.
O ponto menos interessante continua a prender-se com as múltiplas relações amorosas de Zoey, que acabam por a apresentar, em parte, como uma personagem mais fraca do que realmente é, e que proporcionam algumas situações constrangedoras e que, tendo em conta o clima de ameaça constante deste livro, surgem por vezes um pouco deslocadas.
Ainda uma última referência, desta vez a um aspecto que continuo a achar uma boa qualidade desta série. O sentido de humor das autoras, mesmo nas situações mais improváveis, acaba por funcionar como uma quebra de tensão muito agradável, principalmente nos momentos em que tudo ameaça ficar demasiado negro.
Uma leitura interessante, apesar de alguns aspectos desnecessários que acabam por dificultar a entrada na leitura, e que, com a evolução do enredo, se torna cativante, para encerrar com uma solução que deixa muito mais para saber. Gostei.
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