segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Descobri que te Amo (Ann E. Cannon)

Ed McIff trabalha num clube de vídeo. Mas a sua identificação tem outro nome: Sergio. Desde sempre que ele e Scout tentam imaginar possibilidades interessantes para a vida desse Sergio que em tempos teve o mesmo emprego que Ed. Mas há uma pequena grande diferença entre imaginação e mentira e quando Ellie Fenn entra no clube de vídeo pela primeira vez, Ed e Sergio confundem-se e começa assim toda uma história de sentimentos confusos e mal-entendidos. Porque Ed julga que ama Ellie. Mas não sabe que a sua melhor amiga também gostaria de ser mais que isso para ele...
Leve e divertido, este é um livro que cativa principalmente pela sequência de situações peculiares que vão surgindo ao longo do enredo. Sem grandes elaborações e com um sentido de humor cativante, a autora vai criando as mais improváveis circunstâncias em volta dos quatro jovens que protagonizam esta história. Ed, o rapaz inseguro que imagina filmes improváveis quando se vê numa situação estranha e que encontra na figura de Sergio o indivíduo (demasiado) confiante que gostaria de ser. Scout, a melhor amiga, com ares de maria-rapaz, mas que, no silêncio do seu quatro, se perde nas linhas improváveis de um bom romance de cordel. Quark, o vizinho obcecado com a ciência que muda por completo quando descobre o amor. E Ellie, a recém-chegada, que procura nos novos conhecimentos uma forma de esquecer o passado.
É curiosa a forma como as ligações emocionais vão sendo exploradas ao longo desta história. Num livro que se caracteriza fundamentalmente por um tom leve e descontraído, é interessante descobrir que, entre o humor associado às múltiplas confusões causadas (em grande parte) por Ed e pelo seu alter-ego Sergio, há momentos breves, mas de uma força emotiva marcante, principalmente na inevitável necessidade de escolher entre o amor e a amizade. São estes breves momentos, afinal, que dão a esta história divertida a medida certa de material para reflectir.
Uma leitura leve, marcante pela simplicidade com que tanto os momentos mais caóticos (e divertidos) como as emoções mais complicadas são apresentadas, sem perder de vista o humor descontraído, mas mantendo presente a força dos sentimentos que verdadeiramente importam.

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