terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Rainhas Medievais de Portugal (Ana Rodrigues Oliveira)

Dezassete biografias, algumas mais detalhadas, outras nem tanto (consoante as fontes disponíveis), dedicadas às mulheres que, num mundo predominante masculino, desempenharam o seu papel de rainhas, não só na necessidade de preservar a linha sucessória, mas com a sua intervenção nas terras que lhes pertenciam e, inclusive, por vezes na política do reino. Neste livro, Ana Henriques Oliveira apresenta, de forma tão completa quanto possível, a vida destas mulheres, bem como o percurso dos seus descendentes e a memória que delas os cronistas (de forma, por vezes, parcial) delas preservaram.
De uma forma organizada, com uma vastidão imensa de fontes como base, e, contudo, escrito de forma acessível a um público leitor menos conhecedor dos aspectos históricos, este é um livro que, na sua atenção ao detalhe e na forma completa como apresenta o percurso da vida de cada uma das mulheres nele biografadas, surge como uma obra interessante e muito esclarecedora relativamente ao percurso destas mulheres. Se o nome de algumas delas é, ainda famoso (ou infame) apesar do passar dos séculos, outras há de que poucos reconhecerão o nome. Afinal, eram os reis as figuras de importância e algumas das suas rainhas mantinham a postura discreta que delas se esperavam.
Ainda de referir, principalmente em biografias mais longas como as de Leonor Teles e Inês de Castro (também estas as que, no seu tempo, mais agitação terão causado) a forma breve, mas relevante, como a autora apresenta a presença destas duas mulheres em diversas obras literárias, detalhe que acrescenta ao percurso real destas rainhas a possibilidade de explorar de que forma se demarcaram estas mulheres no imaginário de diversos autores.
Interessante, completo e, apesar da vastidão de conhecimentos a assimilar, uma leitura que nunca se torna monótona ou cansativa. Recomendado aos interessados pela temática da História de Portugal.

1 comentário:

  1. Estive com este livro na mão, e temi que fosse demasiado pesado e documental para uma leitura casual, apesar do tema me interessar.
    Fiquei com mais vontade de o ler, quando tiver oportunidade

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