terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Rapaz do Pijama às Riscas (John Boyne)

Bruno é o filho de nove anos de um oficial alemão. Depois da visita de um homem que, aos olhos da criança, parece ser importante, ele e a sua família são obrigados a mudar-se para Auschwitz, onde o seu pai aparentemente terá uma importante missão a desempenhar. Mas Bruno odeia a desolação do lugar e apenas quando, numa das suas divagações, encontra, do outro lado da barreira que o separa dos prisioneiros, a criança que se tornará no seu único amigo, que o rapaz encontrará naquele lugar algo que valha a pena apreciar.
É impressionante o contraste entre os principais elementos deste livro, onde o mais revoltante da natureza humana surge pela visão de uma criança inocente. E é esse mesmo contraste, essa ingenuidade quase inacreditável com que, pelos olhos de Bruno, os piores actos são apresentados, que dá força a uma história que é, no fundo tão simples, para se entranhar no mais profundo dos pensamentos do leitor.
Na verdade, a escrita acessível e sem grandes elaborações reflecte essa estranheza. A vida de Bruno mudou por completo, mas, na sua inocência, ele simplesmente não consegue conceber que as pessoas que vivem do lado do seu amigo Shmuel não comem quando querem, não brincam e, quando desaparecem, ninguém fica a saber para onde foram e porquê. Mesmo as situações que não estão directamente envolvidas com a história do tal rapaz do pijama às riscas que é o único amigo de Bruno naquele local desolado reflectem uma forma de vida que, ainda que a criança não consiga compreender plenamente, tem muito de perturbador. Até a breve história de Pavel, que era médico mas passou a ser camareiro, mostra com que facilidade as ordens de alguns podiam mudar por completo o destino de demasiadas vidas.
Se a história deste livro reflecte, de facto, apenas uma muito pequena parte dos horrores de Auschwitz - e se a apresenta de uma forma quase demasiado breve - é porque a sua voz é, ainda, a da inocência. Inocência que, num final devastador na sua dolorosa simplicidade, levanta, ainda e sempre, a mesma questão: haverá limites para a crueldade?
Uma leitura simples na sua forma e breve no fragmento que apresenta de crimes muito maiores. Ainda assim, um livro que permanece na memória, quer pela violência implícita a acontecimentos que nunca são totalmente apresentados... quer pela ternura inocente de duas crianças que simplesmente não podem compreender o que passa em seu redor.

2 comentários:

  1. coloquei um link deste teu post no comentario que fiz em "O tempo entre os meus livros", espero que nao te importes.Boas leituras!

    ResponderEliminar
  2. olá bom dia:

    eu acabo de ler o livro UM ANJO CAÍDO de Lauren Kate, e gostava de saber se à algum livro a seguir a este uma vez k o final deixa no ar o anuncio de um grande final e uma escolha, ou seja no final da historia ficou em aberto de sinceramente deixa-me triste pensar k a escritora na tem uma continuação.será k me sabe dizer se por acaso acaba mesmo assim ou se há um novo exemplar.

    obrigada jinhos cris
    será k me pode responder po meu e-mail

    cris_21503103@hotmail.com

    ResponderEliminar