terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Despertar da Meia-Noite (Lara Adrian)

Apenas uma vontade move a vida de Elise Chase: vingança contra os Renegados que causaram a morte do seu filho. O seu dom invulgar permite-lhe localizar os escravos humanos do inimigo e, mesmo com as fragilidades que o uso desse dom lhe impõe, Elise já não suporta a ideia de ficar, simplesmente, parada no Refúgio à espera que outros travem a batalha que, agora, também lhe diz respeito. Mas o seu dom é também uma força capaz de a enlouquecer e o único capaz de a ajudar a controlar essa força é, provavelmente, o menos compassivo entre os Guerreiros da Raça. Ainda assim, os caminhos de Tegan e Elise cruzam-se e o guerreiro que a perda passada tornou insensível terá de descobrir não só uma forma de lidar com a ameaça que paira sobre a Raça, mas também com a súbita descoberta de que o seu coração ainda vive...
Muitos dos pontos positivos dos primeiros volumes desta série estão também presentes neste livro: a escrita cativante, as personagens bem conseguidas e uma história onde o romance é o foco principal, mas onde há um sistema circundante que tem vários pontos de interesse. É, aliás, neste último aspecto que se revela a maior evolução neste livro. Com uma maior intervenção das personagens dos livros anteriores (e de Lucan, em particular), uma série de desenvolvimentos relevantes na guerra com os Renegados e uma perspectiva bastante mais clara dos conflitos internos no seio da Raça (quer na forma como os vampiros dos Refúgios vêem a Ordem, quer até na forma como os Antigos viam a própria humanidade), o lado romântico do enredo, que continua a ser, apesar de tudo, o foco central, surge enquadrado num cenário mais amplo, levando a que o rumo dos acontecimentos entre o casal protagonista faça sentido tanto na história existente entre os dois, como no contexto da situação que os rodeia.
Também na caracterização e nas interacções do casal protagonista surge algo de diferente a tornar a história mais interessante. Não há, neste caso, a situação do segredo que tem de ser revelado a alguém vindo de um mundo onde os vampiros não existem, mas antes duas figuras que conhecem na perfeição os meandros do mundo da Raça, mas que, vindos de ambientes completamente diferentes, descobrem nas perdas comuns e nas experiências dolorosas os elos que, mesmo contra a sua vontade, estabelecem a sua relação. Além disso, o contraste entre a personalidade forte, mas com algumas vulnerabilidades de Elise e a do guerreiro impassível de Tegan faz com que os momentos emotivos, quando surgem, sejam particularmente bem conseguidos.
Com um enredo cativante, personagens carismáticas e uma sociedade que, com os novos desenvolvimentos que surgem neste livro, se vai tornando cada vez mais intrigante, esta é uma história que, com muito de romance e de sensualidade, mas também com as medidas certas de acção e de emoção, representa, nos rumos desta série, uma evolução muito interessante. Muito bom.

1 comentário:

  1. Li os volumes desta série até ao 11º, que saiu agora mesmo em inglês, e tenho-lhe encontrado a virtude de conseguir histórias diferentes umas das outras (o que nem sempre é verdade neste tipo de séries) e de ter um universo bem construído e envolvente. Há, de volume para volume, desenvolvimentos interessantes nesse universo, o que faz com que a história do casal não seja o ponto exclusivo de interesse, o que por vezes se torna aborrecido. Se tiveres curisidade, tenho no monster blues uma sinopse e uma opinião do último que li (Darker after Midnight)e que podia muito bem ser o último da série.

    ResponderEliminar