quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Em Busca da Ilha Fianchair (Laura Vasconcellos)

Guiada pela percepção de um destino que a aguarda, Lynn, a Guerreira, deixa esposo e território para percorrer os mares em busca da misteriosa ilha Fianchair, onde, supõe, voltará a encontrar o seu mestre. Mas Fianchair é um destino desconhecido e o caminho passa por uma longa viagem, feita de caminhos difíceis e de encontros com figuras lendárias que tanto poderão ser aliados leais como traiçoeiros inimigos. Ainda assim, Lynn está segura da sua missão e confiante de que nenhum adversário será capaz de a deter...
Situada no ambiente mitológico celta e contada como que por um narrador que falasse a um público em seu redor, há neste livro alguns pontos de partida interessantes. Desde logo, o papel de Lynn como figura heróica, mas sem perder o que a torna mulher cria curiosidade em seguir as suas aventuras e, além disso, a forma como a protagonista se cruza com várias das figuras essenciais dos mitos celtas cria uma base bastante interessante para a sua aventura. Aventura que é contada num tom que é, no geral, cativante o suficiente, mas que se centra na exposição dos acontecimentos, deixando para um plano muito secundário a caracterização das personagens.
O que me leva aos pontos fracos deste livro. Sendo um romance relativamente breve, fica, por vezes, a sensação de que um maior desenvolvimento, principalmente a nível das personagens, poderia ter tornado a história bastante mais cativante. Centrada nas dificuldades de Lynn e dos seus companheiros, mas sendo estas expostas de forma bastante breve, cria-se a impressão de alguma distância, já que o impacto dos acontecimentos nas personagens e a natureza das suas personalidades não são expostos o suficiente para que se crie empatia. Há ainda algumas falhas de revisão, principalmente no uso do plural majestático, que vêm também prejudicar um pouco o ritmo da leitura.
Fica, portanto, deste livro a impressão global de uma história interessante, com um bom desenvolvimento a nível da abordagem à mitologia, mas que perde pelo escasso desenvolvimento das personagens e pela rapidez com que algumas das grandes dificuldades são resolvidas. Cativante quanto baste e com alguns momentos bem conseguidos, havia, provavelmente, muito mais a explorar nesta história.

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