domingo, 17 de fevereiro de 2013

Direitos de Sangue (Kristen Painter)

Chrysabelle é uma comarré, parte de uma raça de humanos criada para servir os vampiros com o seu sangue de inigualável pureza. Mas, agora, Chrysabelle é também uma mulher em fuga. O seu patrono foi assassinado e é ela a principal suspeita da sua morte, bem como do roubo de um anel. Anel esse que, pelas piores razões, a cruel e ambiciosa Tatiana está disposta a obter, custe o que custar. As piores criaturas do mundo vampírico estão no encalço de Chrysabelle e a única pessoa com quem ela pode contar tem recursos limitados. Mas também a sua tia Maris tem alguns contactos. E esses levarão Chrysabelle a encontrar-se com Malkolm, o mais improvável dos aliados, mas o único que a pode ajudar a provar a sua inocência... e a travar os planos de Tatiana.
Um sistema interessante, escrita envolvente e um enredo rico em acção e intriga são os grandes pontos fortes deste livro. O sistema, com as diferentes castas de vampiros, a existência e os segredos das comarré e as outras criaturas sobrenaturais, com as suas diferentes origens e modos de vida têm bastante potencial e criam um cenário interessante para a narrativa. A história desperta curiosidade desde as primeiras páginas, com a morte do patrono de Chrysabelle e a sua necessidade de provar a sua inocência a definir motivações e rumos de acção para as diferentes personagens. E o estilo de escrita, directo, sem grandes elaborações e equilibrando um ritmo intenso de acção com uma caracterização que é feita de forma gradual, mantém a envolvência da narrativa das primeiras à última página.
Há vários acontecimentos interessantes ao longo do enredo, tanto a nível das acções de Chrysabelle como das de Tatiana. E, ao acompanhar os passos das duas, a autora reforça as diferenças entre ambas, tornando mais forte o impacto das acções uma da outra e enfatizando, progressivamente, as consequências de um sucesso nos planos de Tatiana. Além disso, também a caracterização das personagens tem muito de interessante para descobrir, desde a maldição de Malkolm aos simples factos do seu passado, passando pela história de Maris e Dominic e das relações entre os improváveis companheiros de Malkolm. Há pequenas coisas e momentos mais emotivos a complementar os momentos mais tensos, revelando um lado mais próximo e mais empático das personagens. É isso, principalmente, que os torna cativantes, apesar de algumas pequenas incongruências.
Sendo o primeiro volume de uma série, é inevitável que este livro deixe várias perguntas sem resposta, mas também muitas possibilidades a explorar. Fica, por isso, muita curiosidade em explorar a evolução deste muito interessante mundo e de personagens que, cativantes como são, parecem ter ainda muito para revelar. Deste primeiro volume, fica a impressão de um início muito promissor e de uma história envolvente, com um bom sistema e personagens cativantes. Muito bom, em suma.

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