Perigos e intrigas e alguns gestos de heroísmo povoam estas três histórias de aventuras. Bastante diferentes na forma como são escritas, têm, ainda assim, em comum o ambiente perigoso e a jornada que aguarda os seus protagonistas. Todos têm, também, algo de cativante.
A Armadilha, de Martin Waddell, conta a história de uma família separada por um governo opressivo, e de duas crianças que se tentam reunir com o tio. Bastante sombrio, mas com um contexto muito interessante e uma escrita cativante, esta é uma história de lealdades traídas e que mostra como, por vezes, a confiança - ou falta de - pode ser dirigida às pessoas erradas. Envolvente e com um final comovente, um belo conto.
Em O Urso Bailarino, de John Cristopher, o protagonista é enviado para uma abadia por um irmão ciumento que o quer afastar. Mas um ataque dos bárbaros mudará tudo. Apesar de ser narrado na primeira pessoa, e apesar da escrita cativante quanto baste, este conto perde pela distância com que os acontecimentos são narrados. Não há grande sentimento e, por isso, também não há grande empatia para com o protagonista. Faltava, talvez, um pouco mais de emoção para tornar a história marcante.
Por último, O Pernilongo, de Robert Westfall, conta a história de um rapaz que se vê sozinho durante um bombardeamento, para depois se encontrar frente a frente com o inimigo. Também um pouco distante, mas bem escrito e com uma mensagem muito positiva, cativa principalmente pela forma como parte de certezas absolutas quanto ao que são os inimigos, para levantar a questão da sua humanidade.
São, pois, três contos interessantes, ainda que o primeiro seja notoriamente superior. O conjunto resulta numa leitura agradável, com vários momentos interessantes e uma mensagem global bastante positiva. Gostei, portanto.
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