Em troca da ajuda de que precisava, Chrysabelle prometeu ajudar Malkolm na busca de uma forma de quebrar a sua maldição. Mas alguns acontecimentos trágicos e uma estranha tensão entre ambos, levaram a que se criasse uma certa distância. Não por muito tempo, contudo. Tatiana não desistiu dos seus objectivos e a ânsia de vingança apenas lhe aumenta a motivação. E, mesmo que o anel esteja guardado num lugar seguro, a quebra da aliança mudou o equilíbrio entre os alternaturais. Como se não bastasse, todos parecem ter uma outra missão. Malk, disposto a tudo para se livrar da maldição, deixa-se atrair para uma armadilha. Doc coloca-se numa situação delicada para tentar recuperar Fi. E Chrysabelle descobre que, para ajudar Malk, um sacrifício será necessário. Com tantos conflitos para travar - e tantas relações para resolver - é possível que o rumo de Chrysabelle esteja prestes a mudar. Mais uma vez.
Retomando os acontecimentos pouco depois da conclusão do primeiro volume, este é um livro que, dando continuidade à história central, apresenta também os mesmos pontos fortes. A escrita é cativante, mesmo não sendo particularmente elaborada, e o ritmo dos acontecimentos é intenso quanto baste. Além disso, há alguns desenvolvimentos interessantes a nível de sistema, nomeadamente no que diz respeito à existência dos Kubai Mata.
Também as personagens, muitas delas já conhecidas do livro anterior, têm bastante de cativante. Mais uma vez, a autora desenvolve as perspectivas de várias personagens, o que permite vislumbrar todos os lados do conflito e conhecer um pouco melhor os seus planos. Isto torna-se particularmente interessante neste segundo volume, porque, apesar de um conflito principal - com Tatiana, é claro - há toda uma série de atribulações que, de solução aparentemente mais simples e papel mais secundário, acabam por, no seu conjunto, dominar uma boa parte do enredo. São também uma boa forma de explorar mais algumas personagens menos desenvolvidas. O centro do enredo continua a estar essencialmente em Malk e Chrysabelle, mas os acontecimentos circundantes tornam mais completas - e mais interessantes - as histórias e personalidades de figuras como Doc e Dominic.
Mas além da acção há o romance. Neste aspecto, não há grandes revelações em termos de acontecimentos, apesar de alguma confusão gerada pelo aparecimento de Creek, personagem com muito potencial ainda por explorar. Mas há, ainda assim, um crescendo de sentimentos que serve e base a alguns momentos especialmente marcantes. Além disso, esta emotividade não se resume ao romance nem se estende exclusivamente aos protagonistas, sendo de destacar algumas das atitudes de Doc.
Mais uma vez, ficam perguntas sem resposta, até porque a série está longe de terminar. Mas, com alguns bons desenvolvimentos, um enredo intenso e cativante e um conjunto de personagens que surpreendem e cativam a cada nova reviravolta, Sacrifício de Sangue corresponde em pleno às expectativas criadas pelo primeiro volume, deixando muita curiosidade em saber o que se seguirá. Muito bom, em suma.
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