Com mais de trinta anos e a ver as amigas a criarem relações mais sólidas, Alison continua à procura do seu par. Mas as suas experiências variam entre o surreal e o simplesmente pouco apelativo. Ao longo de um ano, Alison vai registando as suas experiências mais significativas - e as pequenas grandes desilusões - ao mesmo tempo que se aventura em terrenos desconhecidos e aprende a valorizar também o que tem - e não apenas o que procura.
Partindo de uma premissa bastante simples, e com potencial para bastante diversão, este era um livro que prometia ser uma leitura descontraída e agradável. E não desilude completamente. É, de facto, cativante quanto baste, com bastantes episódios divertidos, uma boa medida de sentido de humor - tanto em situações específicas como nos próprios pensamentos e palavras da protagonista - e uma linha de acontecimentos interessante o suficiente para manter a curiosidade em saber o que acontecerá a seguir.
Ainda assim, a leveza que caracteriza a história acaba por se tornar demasiada. A escrita cativante e os ocasionais - e interessantes - momentos de introspecção, acabam por se perder em demasiadas preocupações com as possíveis ou imaginadas relações. Para a protagonista, acaba por haver pouco mais que a procura de um par e as aventuras vividas nessa busca. Elementos como a amizade e o afecto familiar acabam por ficar para um muito distante segundo plano, o que acaba por passar a impressão de demasiada superficialidade.
Depois há o facto de o tema central - a tal procura do amor - surgir mais como uma base para aventuras mais ou menos inconsequentes do que como uma linha de partida para acontecimentos maiores. De episódio em episódio, perde-se, por vezes, a ideia de um objectivo central.Além disso, há demasiadas perguntas sem resposta no passado, o que, associado a um final demasiado vago, deixa também a sensação de uma história completa.
Não é uma leitura penosa. A escrita é cativante e há, ao longo da história, suficientes momentos divertidos para manter o interesse no percurso da protagonista. Falta, ainda assim, mais alguma profundidade, neste livro que, agradável quanto baste, poderia ter sido bastante mais.
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