Desde que foi marcada, Evangeline Hollis teve de aprender a viver com o perigo - e com a presença sempre perigosa e sedutora dos irmãos Caim e Abel. Mas os perigos são agora mais do que nunca. Há uma recompensa pela sua cabeça, o que faz com que haja ainda mais Infernais por perto. Raguel continua desaparecido e Caim não parece estar a lidar muito bem com a sua nova posição de arcanjo. E, como se não bastasse tudo isto, todos parecem ter algo a propor ao príncipe do Inferno - algo que implica que uma outra pessoa se torne dispensável. Isto pode muito bem ser o fim do mundo. Mas, habituada como está à sua nova e atribulada vida, para Eve, é só mais um dia de trabalho.
Dando continuidade aos volumes anteriores e, até certo ponto, pondo fim à linha principal da história, este é um livro com muitas respostas - e que deixa também umas quantas perguntas em aberto. E, sendo este o final da trilogia, é especialmente cativante a forma como a autora constrói o final desta aventura - ou, pelo menos, desta batalha em concreto - deixando, ainda assim, a possibilidade de haver mais a dizer sobre estas personagens. Cria-se, assim, um equilíbrio interessante, em que há coisas deixadas à imaginação do leitor, mas também uma resolução intensa - e inesperada - para uma longa e atribulada missão.
Há muitas surpresas ao longo do caminho, não só na forma como certos acontecimentos são explicados, mas principalmente nas consequências dessas possíveis teorias. Há também muitos interesses em colisão, o que faz com que a história se expanda para as acções de mais personagens, dando forma a um enredo mais complexo, mas igualmente viciante, em que nada é exactamente o que parece.
E há ainda um triângulo amoroso, que, sendo, mais uma vez, imprevisível, está na base de vários dos momentos mais fortes do enredo. Eve e Caim, Eve e Abel, Caim e Abel... há entre eles uma ligação atribulada e a forma como lidam com as dificuldades - e com todas as implicações que a situação que têm em mãos tem nessa relação - dá origem a vários momentos surpreendentes.
Tudo isto é construído num registo em que é a acção a dominar, sendo que o romance, a sensualidade e, claro, o humor muito característico das personagens, acrescentam também algo mais ao enredo. E, assim sendo, tudo contribui para o equilíbrio de uma história em que a acção e a intriga são tão interessantes como as personagens que a protagonizam. O que significa muito interessantes.
Trata-se, portanto, de mais uma boa história, em que as personagens revelam os seus traços mais carismáticos e a acção incessante abre caminho para novas surpresas. Intenso, cativante e surpreendente, um final à altura para uma aventura fascinante.
Título: Eve e o Caos
Autora: Sylvia Day
Origem: Recebido para crítica
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