segunda-feira, 14 de março de 2011

A Luz do Fogo (Sophie Jordan)

Há muito que se julgava que os draki cuspidores de fogo estavam extintos. Depois apareceu Jacinda. E, por isso, todos os membros do seu clã parecem ter bem presente a importância desta para o seu futuro e, como tal, pretendem definir o rumo da sua vida. Mas Jacinda tem algo de rebeldia e quando, depois de se colocar numa situação de risco (à qual só sobrevive por ter sido poupada por um misterioso estranho), o clã se julga no dever de tomar uma decisão drástica, Jacinda e a sua família encontram-se na necessidade de fugir para um local onde o draki da jovem acabe por morrer e esta se torne simplesmente humana. Um lugar onde Jacinda vai encontrar novamente um amor... e um inimigo.
O melhor deste livro está, sem dúvida, na exploração dos elementos associados aos draki. Descendentes dos dragões, mas modificados pela evolução, vivem em comunidade e sob estritas regras que os protejam dos caçadores, permitindo assim dar continuidade à sua espécie. Toda a caracterização em volta dos draki, dos elementos e das regras do clã, surge como uma ideia cativante, não só pelo sistema em si, mas pelo contraste que cria com a fase posterior da vida de Jacinda entre os humanos. E claro que nada é o que parece ser inicialmente, e é também isso que dá à personagem de Jacinda uma certa vida, na oposição entre o seu sentimento de pertença ao clã (onde as consequências da sua rebeldia poderão ser demasiado graves), a impossibilidade de se integrar entre humanos (quando isso significa deixar morrer uma parte de si) e a contradição de amar um inimigo (por mais que tente resistir).
A premissa do livro é, portanto, bastante interessante. Por outro lado, fica, nalguns momentos, a sensação de que muito é explorado demasiado depressa para dar protagonismo aos elementos românticos do enredo. Ainda que a ligação entre Will e Jacinda esteja na base de vários momentos de grande intensidade ao longo do livro, existem, na verdade, algumas situações para lá da relação entre ambos que poderiam ser explorados com maior detalhe.
Ainda de referir a forma como a autora explora os sentimentos ambíguos que marcam o percurso de Jacinda. Mais que toda a questão do amor proibido (e apesar do destaque dado ao romance), são os sentimentos de culpa, a dúvida ante um sentido de dever para com a família que não se parece importar com a ideia do que ela própria pensa ou sente e a necessidade de guardar um segredo capaz de pôr em causa o futuro da sua espécie que tornam realmente interessante a personalidade de Jacinda.
Uma história cativante, escrita de forma bastante simples, mas envolvente, e que revela um grande potencial, do qual apenas parte foi explorada ao longo deste livro. Fica, pois, a curiosidade em ver como evoluem as coisas no volume seguinte.

2 comentários:

  1. Argh, mais histórias de amor lamechas? :( Bem, fico contente por saber que ao menos a autora se foca noutros elementos da história...

    Este livro lembra-me a série da "Jennifer Scales" que também mete dragões mas é mais humanos que se transformam em dragões, tipo lobisomens mas com dragões. LOL.

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  2. O livro é lindo e cativante mas so para quem tem a mente e o coraçao aberto para se deixar levar pela história e sentir se como personagem do livro também.Adorei simplesmente e recomendei a amigos a leitura. Espero ansiosamente pelo proximo. Parabens

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