Com o objectivo de acalmar as apreensões de Carrington Rexon, Philo Vance é convidado a passar uns dias na sua mansão, onde uma recepção terá lugar com o objectivo de mostrar as famosas esmeraldas da colecção de Rexon. Os presentes são, todos eles, indivíduos peculiares. Mas a situação só se torna realmente preocupante quando um homem encontra a morte numa queda... não muito acidental.
Sendo uma história que segue as linhas essenciais do policial clássico - um detective que reúne pistas para descobrir, entre múltiplos suspeitos, quem é o responsável por determinada(s) morte(s) - existem alguns elementos neste livro que não são, de todo, inesperados. Desde as suspeitas que recaem sobre os trabalhadores da casa (ainda que não exactamente o mordomo) às perguntas essenciais de quem, como e com que arma, este livro segue a linha base de muitos outros livros do género. E, contudo, há alguns elementos peculiares, desde o facto de Rexon convidar o detective para a sua casa antes do crime às múltiplas ligações entre as diferentes personagens.
A ideia tem, portanto, os seus pontos de interesse. O problema está na forma como a história é concretizada, onde tudo parece acontecer demasiado depressa e, talvez pelo seu pouco desenvolvimento, o comportamento das personagens é, muitas vezes, inexplicável. Além disso, resumindo-se a interacção com cada personagem aos assuntos necessários à investigação, não há nenhuma que se torne conhecida ao ponto de criar um maior interesse no leitor, ficando, por isso, um global tom de distância que diminui a envolvência de um livro que, sendo breve, nunca chega a fascinar por completo.
Um mistério interessante, em suma, mas que, talvez pela brevidade ou talvez pela distância com que, durante a maior parte do livro, os acontecimentos e relações são tratados, deixa a sensação de que muito mais poderia ser explorado. Intrigante o suficiente, não foi, ainda assim, leitura que me cativasse por completo.
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