Algo de nostalgia, uma divagação por lugares parcialmente conhecidos e um suave laivo de sentimentos nocturnos. São estas as principais imagens que, nas três partes que o constituem, este livro me transmite. Imagens por vezes evocadas em pouco mais que um par de versos, noutras numa construção mais longa, mais complexa talvez, mas igualmente clara. E se foram, na maioria, os poemas mais pequenos aqueles que mais me cativaram, também nos mais extensos há o seu lado de fascínio, algo de reflexão numa imagem que, por vezes, parece quase demasiado próxima, por vezes inalcançável.
Será de prever que foi na terceira parte que encontrei os poemas mais marcantes. "Néon, negrume", com os múltiplos elos que unem a palavra à noite, reflecte ambientes, imagens, estados de espírito familiares na sua brevidade. E é essa mesma familiaridade, bela até nas pequenas coisas, que chama particularmente a atenção nesta leitura.
Um livro breve, mas para apreciar aos poucos, na harmonia das palavras, na imagens que evoca e nos sentimentos que parece chamar. E também uma leitura a que regressar, mais tarde, para reencontrar as palavras que marcaram. Gostei.
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