Esta é a história de uma intromissão. Por um acaso, o narrador desta história começa a encontrar no lixo do prédio escritos de um vizinho misterioso. Em breve descobrirá que esse homem de certa idade, aprumado e com rotinas pendulares se trata afinal de Davanzati, um romancista com sucesso no passado e, entretanto, desaparecido da ribalta literária.
A partir desse momento tornar-se-á leitor obsessivo – e único – dos desperdícios que constituem uma enorme galeria de estilos literários de um escritor que não escreve para ninguém.
Os Dias de Davanzati analisa as relações entre a literatura e a vida, a partir de um ângulo de grande originalidade: ligando a literatura ao lixo, num jogo em que as palavras se revelam resíduos sem valor de uma vida que não foi vivida; e as relações entre a escrita e a leitura a uma nova luz: a leitura como violação da escrita.
Héctor Abad Faciolince nasceu em Medellín, na Colômbia, onde também realizou os seus estudos – todos inacabados – de Medicina, Filosofia e Jornalismo. Após a sua expulsão da Universidade Pontifícia Boliviana (por causa de um artigo irreverente contra o Papa), mudou-se para Itália, onde se licenciou em Literaturas Modernas. Regressou à Colômbia em 1987. Nesse ano, depois de os paramilitares assassinarem o seu pai, foi alvo de várias ameaças de morte. Refugiou-se novamente em Itália, onde exerceu o cargo de Leitor de Espanhol na Universidade de Verona. De regresso à Colômbia, traduziu autores como Giuseppe Tomasi di Lampedusa e Umberto Eco, dirigiu a Universidade de Antioquia e deu início à sua carreira de escritor. Publicou vários romances, entre os quais Basura (com o título Os Dias de Davanzati em português), que lhe valeu o Primeiro Prémio de Narrativa Inovadora da Casa da América de Madrid. A sua obra está ainda traduzida para o inglês, o alemão e o grego.
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