quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Estirpe (Guillermo del Toro e Chuck Hogan)

Quando, após uma aterragem aparentemente normal, um avião fica parado na pista do aeroporto sem qualquer acção da parte de passageiros e tripulação no sentido de deixar o aparelho, surgem as suspeitas de que algo de errado se passa. E quando Ephraim Goodweather, o famoso epidemiologista, é chamado, a descoberta é macabra: os passageiros do avião estão mortos e a causa é completamente desconhecida. Um vírus? Uma acção terrorista? À medida que o enredo se desenvolve, as revelações apontam para uma situação bem mais complexa. E a epidemia dos vampiros ameaça propagar-se até à extinção da espécie humana.
Primeiro livro do que pretende ser uma trilogia, A Estirpe é uma obra, acima de tudo, cativante. A forma fluída e precisa, quase cinematográfica com que os autores nos apresentam os acontecimentos, alternando os pontos de vista de diferentes personagens, tornam este livro num vício quase desde a primeira página. Junte-se-lhe a originalidade e a vertente científica do seu conteúdo e obtém-se um livro irresistível. Para começar, temos vampiros muito diferentes dos mais conhecidos até ao momento, bem distintos das figuras de capa preta e caninos afiados. Além disso, os autores misturam na perfeição os elementos de ciência e da mitologia vampírica, a luz ultravioleta e a luz solar, as alterações sanguíneas e orgânicas e o caixão onde repousará um dos principais intervenientes.
Depois temos personagens que, apesar da sua contextualização actual, não deixam de nos fazer lembrar os clássicos caçadores de vampiros. Abraham Setrakian, um velho sobrevivente de um campo de concentração, tomou como luta a destruição da espécie vampírica, e o próprio Ephraim Goodweather, apesar dos seus dilemas morais e emocionais, embarca também nessa difícil missão, questionando o seu estatuto de médico e, muitas vezes, a sua própria sanidade.
Um livro envolvente, com um escrita magnífica, bem estruturado e com todos os elementos para chamar a atenção do leitor, desde uma personagem com que se identificar à clássica personagem que, em maior ou menor grau, dificulta a situação. Num 2009 cheio de boas leituras, este terá sido, para mim e até esta data, um dos melhores. Absolutamente recomendado.

2 comentários:

  1. Tens dois selos para ti no meu blog!

    tenho curiosidade em ler este livro e outro que saiu ao mesmo tempo "infecção".

    bjs e boas leituras!

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  2. Tenho bastante curiosidade em ler este livro. Excelente crítica que aumentou ainda mais a vontade de o ler! XXX

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