Naquele dia, aos pés da cruz, enquanto observava o suplício dos condenados, uma pergunta inconveniente surgiu nos pensamentos de Flávio, o centurião. E se aquele homem fosse, realmente, o filho de Deus? Abalado pelos prodígios, na vida e na morte, do homem que Pilatos intitulou de Rei dos Judeus, Flávio decide descobrir a história do homem que morreu na cruz. E, entre os seus discípulos, encontra a narração de uma das histórias mais conhecidas de sempre.
Há, inicialmente, duas histórias que se cruzam neste livro: a do crucificado e a do homem encarregado do seu suplício. E o que inicialmente parece ser uma viagem de descoberta para Flávio cedo se transforma na narrativa da vida do próprio Jesus. A figura de Flávio passa para segundo plano a partir do momento em que encontra as suas respostas. Então, é a história que procurava que ganha protagonismo, numa narrativa que, não acrescentando nada de particularmente novo ao narrado pelos evangelhos, marca, ainda assim, pela emoção e pelos valores que representa.
Não há nada de particularmente complexo a nível de escrita, simples, sem grandes elaborações, com diálogos muito semelhantes aos da narrativa bíblica. E, ainda assim, esta simplicidade parece resultar particularmente bem, por um lado, porque deixa aos grandes acontecimentos o papel de exercer o seu impacto sobre o leitor e, por outro, pela forma como a simples expressão de pensamentos, sentimentos e palavras permite conhecer, na sua total clareza, a mente dos protagonistas desta narrativa.
Narrativa de uma história por demais familiar, é pela simplicidade que contrasta com a força da mensagem, bem como pela emoção que transparece desse mesmo contraste, que este livro se torna cativante. Simples, mas emotivo e com uma escrita envolvente... Gostei.
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