Para Clipper, o Metro é o seu território. Um amigo ensinou-lhe como ser discreto, como roubar sem que as suas vítimas se apercebessem e como descobrir a rota de fuga perfeita. Mas esse amigo desapareceu. E quando, após uma conversa invulgarmente aberta com uma perfeita estranha, Clipper dá por si a ser perseguido por dois falsos polícias, a situação complica-se rapidamente. É que ele não é o alvo dos seus perseguidores... mas isso não o impedirá de ser apanhado numa situação de vida ou morte.
Ainda que os acontecimentos deste livro sejam anteriores aos de O Perito e Ex Machina, o contexto está intimamente ligado ao destes dois livros. Isto porque, ainda que os pontos comuns sejam relativamente distantes, é possível ter uma percepção bastante mais clara do que está a acontecer se se tiver de antemão o conhecimento apresentado nas obras anteriores. As capacidades inexplicáveis de Warren são um ponto essencial nesta narrativa e, ainda que a explicação não seja necessária à acção, há pequenas coisas que ficam em aberto e que serão melhor compreendidas conhecendo o papel de Karst e os poderes associados à hierarquia a que esta pertence.
Sendo um livro bastante mais curto que os anteriores, é curioso notar que, apesar disso, não fica a sensação de que falte desenvolvimento. O enredo é feito de acção constante, e a contextualização de cada personagem, feita na medida certa para que tudo faça sentido e também para criar uma certa empatia para com os protagonistas, ajuda a definir uma narrativa de leitura compulsiva que, apesar de deixar alguns pontos por explicar, culmina num final particularmente bem conseguido.
Curto, mas viciante e com as medidas certas de acção, contexto e emoção, Submundo é um complemento bastante interessante para os outros livros do autor. Fica agora a curiosidade em saber o que mais surgirá deste mundo e dos que o protagonizam. Muito bom.
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