Diggory mudou-se para a casa do tio devido à doença da mãe, mas há algo de estranho naquela casa. Muitas vezes, o tio fecha-se numa divisão onde ninguém pode entrar e ninguém sabe o que fará naquela divisão. Mas, um dia, e na companhia da sua nova amiga, Diggory acaba por entrar, sem querer, naquela divisão e fica a saber, da pior maneira, que o tio Andrew é um mágico e que precisa de cobaias para enviar para outros mundos. Assim começa uma aventura entre mundos, onde a curiosidade tem consequências e, de um mal inconscientemente despertado, surgem as primeiras interacções com Narnia, um mundo recém-criado.
Cativante desde as primeiras páginas, e com muito para descobrir apesar de ser um livro relativamente curto, O Sobrinho do Mágico tem na inocência que parece transparecer de toda a história um dos seus grandes pontos fortes. Com uma curiosidade insaciável, Polly e Diggory acabam por se envolver nalguns problemas, mas nenhum dos males causados o é com intenção. E é aos olhos desta inocência que os contrastes se definem. Da necessidade de supremacia de Jadis à quase ternura de Aslan, há uma linha clara a definir o bem e o mal, mas ambos têm os seus vários cambiantes. E, numa história de inícios e de descobertas, a aprendizagem dos valores é também o que dá força à mensagem deste livro.
Se são as personagens que mais marcam, há, ainda assim, bastante mais para descobrir na aparente simplicidade desta história. A criação de Narnia através da música, o mistério que se insinua na natureza de Aslan e até a forma como esta história se ligará com os restantes livros da série são aspectos desenvolvidos de forma interessante e cativante, com uma escrita agradável e onde se destaca a beleza das descrições.
História de aventura e de descoberta, início de um mundo com muito para explorar e desenvolvimento de valores em crescimento, este é um livro que não perde nada com a brevidade. Emoção, aventura e reflexão nas medidas certas, numa leitura fascinante. Muito bom.
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