Ari é a última bruxa de Brightwood. Mas uma ameaça aproxima-se na forma de um Inquisidor que, por razões muito próprias, não está disposto a permitir que qualquer bruxa viva. Além disso, os Fae esqueceram-se das suas origens e o seu interesse no mundo humano surge apenas na medida em que deles podem retirar algum poder. Mas os caminhos entre os dois mundos estão a fechar-se, separando humanos e Fae e levando a que estes desapareçam. E tudo o que se sabe sobre as razões é uma vaga lenda acerca dos Pilares do Mundo. Mas ninguém sabe o que são...
Há sempre algo de maravilhoso ao regressar à escrita de Anne Bishop. Neste livro, a autora apresenta um novo mundo e novas personagens, construídos com a envolvência de sempre, num cenário fascinante e onde as diferentes forças em interacção apresentam muito para descobrir. Criam-se contrastes, personagens complexas deixam sentimentos contraditórios e, através das hierarquias estabelecidas, levantam-se questões interessantes sobre preconceitos e a capacidade de tomar uma indecisão independente. Tudo isto, num ambiente com muito para descobrir.
Sendo as suas personagens algo que sempre se destaca nos livros de Anne Bishop, é importante mencionar a caracterização destas novas personagens. Nos Fae, destaca-se desde logo o interessante sistema hierárquico, mas também a complexidade das suas diferentes personagens. Lucian, em particular, ora evoca empatia com a sua paixão involuntária, ora cria distância com a sua representação do preconceito Fae para com os restantes seres. O mesmo acontece em Dianna, habituada a ser obedecida, capaz de criar algum afecto, mas com uma tendência natural para atribuir culpas a todos excepto ela. Já Aiden, Lyrra e, particularmente, Morag, revelam no seu melhor a capacidade de questionar e de tomar as suas próprias decisões, mesmo quando isso implica desafiar uma autoridade superior.
Em contraste com este mundo cuidadosamente organizado está o caos do mundo humano. Ari representa uma espécie diferente de preconceito, a dos humanos para com a fonte de um poder que não entendem. Desprezada por quase todos ao mesmo tempo que lida com os seus dilemas pessoais, a jovem bruxa representa um percurso de crescimento e de descoberta de afectos, mas principalmente de independência, quando todos a pretendem influenciar. E, perante a intervenção do Inquisidor, quando todas as forças se mobilizam em resposta à ameaça central, é Ari quem se revela no melhor do seu poder.
Cativante, complexo a nível de personalidades e fascinante a nível do mundo e das regras que o regem, Os Pilares do Mundo dá início a uma nova trilogia, muito diferente de outras obras da autora, mas com tudo o que as torna tão especiais: grandes personagens, um ambiente com muito para descobrir e uma história com as medidas perfeitas de acção, intriga e emoção. Magnífico.
muito bom! uma interessante alternativa à saga das Jóias Negras. à espera de uma oportunidade para ler este livro :)
ResponderEliminar