Feito essencialmente de partes de uma correspondência entre amigas, este pequeno conto é a história de uma jovem mulher, de uma vida feita em igual medida de sonho e de inocência, mas também do seu despertar para a realidade. As pequenas ambições e a descoberta do mundo real, o amor e a concepção de uma nova vida, a morte... Uma história curta, mas que levanta questões importantes e que revela uma história cheia de potencial.
Sendo, pouco mais que um conto, com cerca de quarenta páginas, seria de esperar deste livro uma história relativamente breve. E se o texto é, de facto, curto em número de páginas, definem-se, nesta breve narrativa, as bases de uma história longa e complexa. Ainda que apresentado de forma muito breve, desenvolvida apenas na medida em que as cartas da amiga a revelam, a vida da protagonista tem muito para descobrir e muito que é deixado por explicar. É aqui que fica a sensação de que falta qualquer coisa: acontecimentos que são apenas vagamente descritos numa correspondência quase unilateral deixam a impressão de uma história da qual apenas as linhas base são apresentadas e de que haveria mais a dizer, principalmente tendo em conta o muito potencial que existe na figura da protagonista em representação de qualquer figura feminina.
A escrita é agradável, cativante e com momentos algo poéticos que se evidenciam em especial nas descrições e nas reflexões de Anne. Também por isto seria interessante ver um maior desenvolvimento da história e das personalidades a ela associadas. Há bastante de bom na história que é apresentada - mas haveria, talvez, muito mais a dizer.
Fica, pois, deste Rosapálido, a impressão de uma leitura interessante, mas que se resume aos fundamentos de uma história que poderia ser muito maior. Cativante e interessante, é simplesmente pela brevidade que fica a sensação de algo em falta. E é pena, porque todo o potencial está lá.
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