segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A Conspiração do Graal (Lynn Sholes e Joe Moore)

Cotten Stone partiu para o Iraque para encontrar a história da sua carreira e também para fugir a um caso amoroso. Mas a história com que se depara é muito maior do que alguma vez imaginou - e mais perigosa. Em busca de uma boleia para poder sair do país, acaba por se deparar com uma expedição arqueológica e com a maior descoberta religiosa da humanidade. Acaba por ser Cotten a entregar ao Vaticano a mais desejada de todas as relíquias: o Santo Graal. Mas o que poderia ser o fim é apenas o princípio. A descoberta do Graal é apenas o início de um grande e perigoso plano. E Cotten não está segura, pois ela mesma faz parte do plano que começa a ganhar forma - o de uma Segunda Vinda profetizada, mas ensombrada por abominações.
O aspecto mais cativante deste livro está, sem dúvida, na forma como entrelaça os elementos comuns a muitos thrillers históricos - relíquias perdidas, sociedades secretas, possíveis interpretações alternativas da narrativa bíblica - com um elemento realmente sobrenatural. O que começa por ser uma luta entre ambição e simbolismo progride depois para um plano mais mitológico, que assume ainda novos contornos face a elementos misteriosos como a infância de Cotten e o enigmático velho que, escondido nas sombras, parece comandar as operações. E assim, entre os muitos momentos de acção e de perigo, surge também uma grande medida de simbolismo, que torna tudo mais complexo e empolgante.
Também bastante marcante é o desenvolvimento das personagens e, sobretudo, das relações entre elas. Ainda que certos desenvolvimentos possam parecer um pouco apressados, resultado da rapidez com que uma descoberta relativamente inofensiva se torna numa corrida contra o tempo, existe uma certa força na forma como as várias personagens se relacionam. Das paixões impossíveis aos laços familiares e amizades profundas, sem esquecer, naturalmente, a forte relação que vai crescendo entre Cotten e John Tyler, há laços a nascer - e a morrer - ao longo de todo o percurso. Junte-se a isto a personalidade forte de Cotten e o resultado é uma sucessão de momentos intensos, sejam de amor, humor... ou até mesmo de medo.
Importa ainda mencionar que se trata do primeiro volume de uma série, o que significa que é apenas natural que fiquem umas quantas questões em aberto. Mas, quanto à linha central do enredo deste volume, fica devidamente resolvida, o que significa que, mais do que curiosidade insatisfeita, o que fica ao terminar a leitura é uma grande vontade de reencontrar Cotten Stone.
Intenso e intrigante, trata-se, pois, de um livro que conjuga as medidas certas de história e de mito, de quotidiano e de sobrenatural, num enredo cheio de reviravoltas e de mistérios, que cativa da primeira à última página. Vale bem a pena conhecer Cotten Stone e John Tyler. E é grande a vontade de saber o que se seguirá.

Autores: Lynn Sholes e Joe Moore
Origem: Recebido para crítica 

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