O velho Ozra costumava passar a vida a ler... até ao dia em que pousou o livro nos joelhos, olhou para o relógio e desapareceu. Agora, três dos seus velhos amigos querem saber o que lhe aconteceu e, seguindo a pista de um estranho marcador, acabam por bater à porta de Dylan Dog. Ora, um desaparecimento é algo que, à partida, é da responsabilidade da polícia, mas não no caso de Ozra. É que não se trata de um rapto nem nada que se pareça... Ozra desapareceu... para um mundo peculiar. E é para lá que Dylan terá de o seguir.
Uma das primeiras coisas a ficar na retina ao dar início a esta leitura é o fascínio da arte. Sendo a preto e branco, não é propriamente uma surpresa que os jogos de luz e sombra tenham um papel crucial, mas neste caso, associados aos cenários oníricos e a uma alucinante vastidão de pormenores, o jogo de sombras é verdadeiramente impressionante. Associemos a isto o contexto que explica estes estranhos cenários, mistura de inspiração literária e de paisagem de sonho e pesadelo, e estas páginas onde tudo é peculiar e fascinante tornam-se simplesmente irresistíveis.
Outro ponto curioso é a forma como o que inicialmente se assemelha a uma simples - bem, ou não tão simples assim - história de detectives não tarda a ganhar contornos de algo muito diferente. Nas memórias de Ozra, vivem horrores do passado, inspirações livrescas e um amor transformado em prisão. Além disso, o elemento sobrenatural faz com que a história resvale um pouco para o horror, mas um horror interno, psicológico, daquele que nos mexe com a cabeça e se nos entranha nas memórias. Também isso é algo de brilhante, principalmente tendo em conta as muitas revelações que lhe estão associadas.
E depois há Dylan Dog, claro. Para quem, como eu, tem aqui o seu primeiro contacto com o protagonista, é quase impossível não sentir uma mistura de estranheza e de empatia. Dylan tem capacidades peculiares, mas tem, acima de tudo, um coração notável. E é fascinante a forma como isto molda o rumo dos acontecimentos, fazendo do que começou por ser um mistério uma história surpreendentemente emotiva, surpreendentemente complexa... e absurdamente expressiva nas emoções que evoca.
Feito de sombras e de mistério, de amor humano e amor livresco, de pesadelos e de emoção, trata-se, pois, de uma leitura breve, mas vastíssima nas suas qualidades. Visualmente belíssimo, emocionalmente devastador e muito, muito intrigante, um livro que não posso deixar de recomendar.
Título: Dylan Dog - O Velho que Lê
Uma das primeiras coisas a ficar na retina ao dar início a esta leitura é o fascínio da arte. Sendo a preto e branco, não é propriamente uma surpresa que os jogos de luz e sombra tenham um papel crucial, mas neste caso, associados aos cenários oníricos e a uma alucinante vastidão de pormenores, o jogo de sombras é verdadeiramente impressionante. Associemos a isto o contexto que explica estes estranhos cenários, mistura de inspiração literária e de paisagem de sonho e pesadelo, e estas páginas onde tudo é peculiar e fascinante tornam-se simplesmente irresistíveis.
Outro ponto curioso é a forma como o que inicialmente se assemelha a uma simples - bem, ou não tão simples assim - história de detectives não tarda a ganhar contornos de algo muito diferente. Nas memórias de Ozra, vivem horrores do passado, inspirações livrescas e um amor transformado em prisão. Além disso, o elemento sobrenatural faz com que a história resvale um pouco para o horror, mas um horror interno, psicológico, daquele que nos mexe com a cabeça e se nos entranha nas memórias. Também isso é algo de brilhante, principalmente tendo em conta as muitas revelações que lhe estão associadas.
E depois há Dylan Dog, claro. Para quem, como eu, tem aqui o seu primeiro contacto com o protagonista, é quase impossível não sentir uma mistura de estranheza e de empatia. Dylan tem capacidades peculiares, mas tem, acima de tudo, um coração notável. E é fascinante a forma como isto molda o rumo dos acontecimentos, fazendo do que começou por ser um mistério uma história surpreendentemente emotiva, surpreendentemente complexa... e absurdamente expressiva nas emoções que evoca.
Feito de sombras e de mistério, de amor humano e amor livresco, de pesadelos e de emoção, trata-se, pois, de uma leitura breve, mas vastíssima nas suas qualidades. Visualmente belíssimo, emocionalmente devastador e muito, muito intrigante, um livro que não posso deixar de recomendar.
Título: Dylan Dog - O Velho que Lê
Autor: Fabio Celoni, Tiziano Sclavi e Angelo Stano
Origem: Recebido para crítica
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