Duas histórias para duas diferentes visões de um futuro diferente, ambas com uma certa medida de pessimismo, mas também com muitas mudanças e um cenário com muito de novo. Duas histórias, para um livro pequeno, mas cativante e agradável.
O primeiro conto é O Monstro de A.E. Van Vogt, e deixa sentimentos ambíguos. A história é a da chegada de um grupo alienígena a um planeta em que todos os seres vivos, com excepção das plantas, morreram, e de como este grupo faz reviver os mortos para obter informações. A ideia base é muito interessante, mas perde intensidade com as explicações demoradas e o tom distante, enquanto que os grandes acontecimentos parecem surgir de forma abreviada. Trata-se de uma história com alguns pontos interessantes, principalmente a nível da natureza do grupo visitante e das razões para a extinção de quase toda a vida no planeta, e com alguns bons momentos. Interessante e agradável de ler, deixa, ainda assim, a impressão de que falta qualquer coisa.
Já de Billennium, de J.G. Ballard a impressão que fica é muito positiva. Retrato de um futuro em que o excesso populacional resulta numa drástica diminuição do espaço particular de cada indivíduo, este é um conto que começa por ser bastante descritivo, mas apresenta uma base que é não só interessante mas muito bem desenvolvida. Com uma visão bastante pessimista do futuro, evoca na perfeição a sensação de claustrofobia da ideia de viver num espaço ínfimo, bem como a imensidão do que é possível aceitar em circunstâncias extremas. Marca ainda por uma surpreendente reviravolta na fase final.
Trata-se, portanto, de uma leitura breve e agradável, ainda que o segundo conto seja bastante superior ao primeiro. Destacam-se, ainda assim, em ambos, as ideias interessantes e as visões de possíveis futuros com muito de diferente... e um cenário global algo negro. Gostei de ler.
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