Breve, mas muito pertinente, esta é a história de Filipe e das reacções dos que o rodeiam no momento em que assume a sua homossexualidade. Da família e dos amigos, de como estes assimilam o facto e de como o próprio Filipe se sente ao revelar-se ante os que para ele são mais importantes. Muito simples, muito curta, mas relevante na abordagem a todos os aspectos importantes, este é um livro que marca, apesar da brevidade. Ou talvez porque, nas suas poucas páginas, toca com uma precisão marcante todos os pontos que importam.
É impressionante notar como, num livro com tão poucas páginas, tantos elementos se conjugam para proporcionar uma leitura cativante e que apela à reflexão. O tema é relevante e abordado com sensibilidade e cuidado, levantando, no breve relato das experiências de Filipe, todas as questões revelantes: a importância do apoio da família, as reacções dos colegas e dos amigos, as inseguranças e dilemas pessoais... Além disso, a brevidade da história realça não só a intensidade das circunstâncias, mas também a beleza da escrita. Em poucas palavras, a autora consegue criar empatia para a situação que descreve, ao abrir ao leitor o coração do seu protagonista. É fácil sentir com as dificuldades e as dúvidas de Filipe e é também essa empatia que surge naturalmente a despertar a sensibilidade para o grande tema da história deste pequeno livro.
Se é a história o que mais importa neste livro, importa, ainda assim, falar também um pouco da edição, visualmente simples, mas muito apelativa e que parece encaixar perfeitamente no conteúdo. A imagem complementa, de forma discreta, mas eficaz, o conteúdo do texto, realçando um pouco mais a história que é, por si só, muito cativante.
Trata-se, portanto, de uma leitura que, independentemente da brevidade e da simplicidade, marca, tanto pela beleza da escrita, como pela história e pela mensagem nela contida. Simples, mas belo e cativante. E, principalmente, muito pertinente na mensagem que transmite. Muito bom.
Carla, obrigada pelas suas palavras. Fiquei muito sensibilizada, pois diz exactamente as minhas opções ao escrever este livro: ser curto para ser forte, ver pelo lado de dentro para entender, comover para aceitar, mostrar várias reacções para alertar para tudo o que falta fazer.
ResponderEliminarAgradeço-lhe muito.
Um abraço