De volta ao Leviatã e incerto quanto ao seu papel na aeronave, Alek não sente que esteja a ser de qualquer utilidade para o seu objectivo de acabar com a guerra. Mas tudo muda quando uma mensagem do czar os leva até à Sibéria, onde encontram o excêntrico Nikola Tesla. Este afirma ter construído uma arma capaz de devastar uma cidade à distância e que a existência dessa arma bastará para persuadir as nações à paz. Mas há quem diga que, mais que excêntrico, Tesla é louco e o auxílio prestado por Alek pode vir a deixá-lo numa situação desconfortável. E, como se a situação não fosse já delicada o suficiente, Alek toma, finalmente, conhecimento do segredo de Deryn... e não é o único.
Um ritmo cativante e cheio de acção, mas com bastante atenção aos pormenores que caracterizam o cenário em que as personagens se movem, são, tal como nos volumes anteriores, os principais elementos a destacar-se ao longo da leitura. Mais uma vez, o autor expande o cenário global, introduzindo novos países e as características que os diferenciam relativamente aos já conhecidos, sem por isso perder de vista a história principal e os seus protagonistas. Há, aliás, uma intensidade que vai crescendo ao longo da narrativa e que culminará com um final bastante forte, tanto do ponto de vista da história dos protagonistas, como das mudanças operadas sobre o cenário de guerra. Não é uma resolução definitiva - como não poderia ser, tendo em conta que, independentemente da importância de um deles, são apenas duas pessoas num cenário bastante maior - mas é uma mudança considerável e que, como tal, representa um final satisfatório e adequado.
Há também uma evolução interessante a nível das circunstâncias que ligam os dois protagonistas. A revelação do segredo de Deryn e as circunstâncias complicadas em que este coloca tanto Deryn como o próprio Alek permitem uma maior ligação emocional às personagens, aumentando uma empatia que é já natural pelo que caracteriza as personalidades de ambos. Cria-se, também, com este lado mais emotivo, um interessante equilíbrio para toda a história: ao incerto conflito entre clankers e darwinistas junta-se uma história de improvável e afecto entre um rapaz e uma rapariga que, aparentemente, não poderiam ter mais diferenças a separá-los. Aos elementos do enredo que são mais centrados na acção, juntam-se momentos mais pessoais e emocionais que tornam a história e as personagens mais próximas do leitor.
Envolvente, com um cenário fascinante, personagens carismáticas e uma história que junta as medidas certas de acção, mistério e emoção, Golias encerra em beleza uma série com muito de interessante para descobrir. Um final muito bem conseguido e um livro todo ele muito bom.
Eu tenho um livro desse autor chamado Feio, não li todo ainda, pois sempre acho um livro melhor pra ler. Mas esse livro parece estar repleto de aventura =D
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