domingo, 20 de maio de 2012

Golias (Scott Westerfeld)

De volta ao Leviatã e incerto quanto ao seu papel na aeronave, Alek não sente que esteja a ser de qualquer utilidade para o seu objectivo de acabar com a guerra. Mas tudo muda quando uma mensagem do czar os leva até à Sibéria, onde encontram o excêntrico Nikola Tesla. Este afirma ter construído uma arma capaz de devastar uma cidade à distância e que a existência dessa arma bastará para persuadir as nações à paz. Mas há quem diga que, mais que excêntrico, Tesla é louco e o auxílio prestado por Alek pode vir a deixá-lo numa situação desconfortável. E, como se a situação não fosse já delicada o suficiente, Alek toma, finalmente, conhecimento do segredo de Deryn... e não é o único.
Um ritmo cativante e cheio de acção, mas com bastante atenção aos pormenores que caracterizam o cenário em que as personagens se movem, são, tal como nos volumes anteriores, os principais elementos a destacar-se ao longo da leitura. Mais uma vez, o autor expande o cenário global, introduzindo novos países e as características que os diferenciam relativamente aos já conhecidos, sem por isso perder de vista a história principal e os seus protagonistas. Há, aliás, uma intensidade que vai crescendo ao longo da narrativa e que culminará com um final bastante forte, tanto do ponto de vista da história dos protagonistas, como das mudanças operadas sobre o cenário de guerra. Não é uma resolução definitiva - como não poderia ser, tendo em conta que, independentemente da importância de um deles, são apenas duas pessoas num cenário bastante maior - mas é uma mudança considerável e que, como tal, representa um final satisfatório e adequado.
Há também uma evolução interessante a nível das circunstâncias que ligam os dois protagonistas. A revelação do segredo de Deryn e as circunstâncias complicadas em que este coloca tanto Deryn como o próprio Alek permitem uma maior ligação emocional às personagens, aumentando uma empatia que é já natural pelo que caracteriza as personalidades de ambos. Cria-se, também, com este lado mais emotivo, um interessante equilíbrio para toda a história: ao incerto conflito entre clankers e darwinistas junta-se uma história de improvável e afecto entre um rapaz e uma rapariga que, aparentemente, não poderiam ter mais diferenças a separá-los. Aos elementos do enredo que são mais centrados na acção, juntam-se momentos mais pessoais e emocionais que tornam a história e as personagens mais próximas do leitor.
Envolvente, com um cenário fascinante, personagens carismáticas e uma história que junta as medidas certas de acção, mistério e emoção, Golias encerra em beleza uma série com muito de interessante para descobrir. Um final muito bem conseguido e um livro todo ele muito bom.

1 comentário:

  1. Eu tenho um livro desse autor chamado Feio, não li todo ainda, pois sempre acho um livro melhor pra ler. Mas esse livro parece estar repleto de aventura =D

    ResponderEliminar