sábado, 18 de outubro de 2014

Eu, Alex Cross (James Patterson)

Decidido a encontrar um melhor equilíbrio entre a profissão e a vida familiar, Alex Cross encontra-se a celebrar o aniversário em família quando, mais uma vez, o telefone toca. Mas, desta vez, a notícia é mais que um simples caso. A vítima é a sua sobrinha, Caroline Cross, e as circunstâncias em que o seu corpo foi encontrado são, no mínimo, perturbadoras. Por mais que o desejasse, Alex não pode deixar de tomar conta do caso. Mas, à medida que a história vai sendo revelada, as pistas apontam para um caminho perigoso. Há pessoas muito poderosas envolvidas e é mais que certo que farão tudo para encobrir a situação...
Tal como já vem sendo habitual nos livros deste autor, há também neste livro um conjunto de características familiares que, apesar de sobejamente conhecidas, nunca deixam de resultar. Os capítulos curtos, a escrita directa e sem descrições desnecessárias, o ritmo de acção intensa e a aura de perigo constante fazem deste livro a já habitual leitura viciante. Mas, neste caso em particular, surgem também algumas diferenças.
Sendo que um dos grandes pontos fortes desta série é o protagonista, é interessante notar que este livro se distancia da personagem para se focar mais no caso e nas vítimas. Apesar da ligação pessoal, desta vez não há tanto envolvimento nas situações mais perigosas, mas mais um desenrolar de pistas em direcção à resposta. O que acontece, por isso, é que, neste aspecto, o impacto emocional é um pouco menor, ainda que o mistério propriamente dito seja mais que suficiente para manter a envolvência. 
Além disso, e ainda que com uma presença mais discreta, continua a haver um elemento pessoal a acrescentar algo de emotivo à maior frieza do caso. É que também na vida pessoal de Alex há mudanças a acontecer e a situação delicada de uma personagem querida acrescenta emotividade ao enredo.
Ainda um outro ponto interessante é que, apesar de se tratar de um caso que envolve mais pessoas, e que, por isso, tem menos de causa pessoal, há toda uma perspectiva sobre os meandros do poder - e das vastas possibilidades de encobrimento - a ser construída ao longo do enredo. Um cenário que, sem dar todas as respostas, consegue, ainda assim, levantar umas quantas questões interessantes, principalmente tendo em conta a forma como tudo termina.
A soma de tudo isto é a já expectável leitura intensa e viciante, com um protagonista que, mesmo numa posição menos pessoal, não deixa de revelar os seus melhores traços e um enredo cativante e surpreendente. Uma boa leitura, portanto, como habitual.

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