Abandonando nome, lar e família, Erlan deixou tudo para trás
– e, embora isso o tenha levado perto da morte, também lhe conquistou os
favores de um poderoso rei. Agora, Erlan é um homem influente na corte de
Sviggar. Mas os tempos estão a mudar. Sviggar está velho e um velho inimigo
prepara-se para a guerra. E tentar gerar a paz não deixará toda a gente
satisfeita. Fazem-se acordos, sim, e com eles algumas escolhas e pesados
sacrifícios. Mas o tempo de Sviggar está a esgotar-se e, com ele, a
tranquilidade de Erlan. Pois foi previsto o seu caminho de sangue e Erlan fez
grandes inimigos pelo caminho. Inimigos que querem vingança. Como também Erlan
a quererá.
Um dos aspectos mais impressionantes nesta história de
lendas, intrigas e guerra – e nada há nela que não seja impressionante – é o
delicado equilíbrio entre todos os elementos complexos que dão forma à
história. História essa que é muito mais do que sobre uma guerra nórdica: é uma
história de crescimento, de perda, de encontro e perda de amor, amizade e
lealdade. E escrita com um tão brilhante equilíbrio entre conflito, emoção,
intriga e humor que é impossível não se ser transportado lá para dentro – e seguir
com Erlan, Lilla e Kai o seu caminho através de um mundo em mudança.
Há beleza e dor mesmo nos mais pequenos momentos e, assim,
lágrmas e sorrisos surgem quando menos se espera. Há uma história tão complexa
como avassaladora, um caminho cheio de intensidade e dor. E uma surpresa ao
virar de cada página – seja ela um vislumbre do delicioso sentido de humor de
Kai, uma perda iminente que finalmente se materializa (quebrando corações pelo
caminho) ou uma guerra entre reinos que se torna pessoal devido aos fardos que
trouxe consigo.
E há Erlan. Quebrado, constante… e inquebrável Erlan, posto
perante os seus maiores pesadelos e os piores tormentos – e, mesmo assim, leal
a quem sempre foi. Erlan, cujas circunstâncias geram tão fortes emoções e cuja
história transofrma uma batalha muito mais vasta num acontecimento pessoal.
Erlan, enfim, que, com a máxima glória, parte o coração a uma pessoa – deixando
a fome de mais do seu brilhante e pesaroso caminho.
Tudo parece emergir num equilíbrio perfeito – as complexidades
de uma guerra e as negras sombras de uma vida definida pela perda. E tudo flui
na perfeição, graças à beleza da escrita, que dá a cada momento uma voz tão
impressionante e envolvente que há detalhes de beleza e magia até nos mais
ínfimos dos momentos.
Pensava que não podia ser melhor. Estava enganada. Pois este
segundo livro eleva tanto a história como as personagens a um novo nível de
intensidade, complexidade e devastação emocional. No fim, deixei uma parte do
meu coração neste livro – e por isso o estimarei para sempre. A este belo,
brilhante e devastador pedaço de génio e de magia. Absolutamente maravilhoso.
Título: A Sacred Storm
Autor: Theodore Brun
Origem: Recebido para crítica
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