TIM-21 contém dentro de si a resposta para o mistério dos Colectores e isso faz com que muitos procurem deitar-lhe a mão. Mas a situação desesperada em que o pequeno robô e os seus aliados se encontravam sofreu uma grande reviravolta com a entrada em cena da resistência dos robôs. Agora, TIM-21 parece estar junto dos seus - embora também estes tenham interesses ocultos. E, entretanto, aquele que tanto procura, Andy, o seu irmão, anda também à procura dele. E, embora o universo seja grande, não desistirá enquanto não o encontrar.
Dando continuidade directa aos acontecimentos do primeiro volume e expandindo a história para um novo e mais complexo contexto, este livro eleva a história de TIM a novas alturas, ao mesmo tempo que, apresentando novas personagens e novos grupos, desenvolve também a complexidade do universo em que se movem. A história está agora mais dividida - entre TIM e Andy - e ambas as partes têm a mesma cativante mistura de mistério, acção e emoção. E aqui está o cerne do que torna esta história tão marcante: é que ambos, ainda que de maneiras diferentes, parecem conhecer o caminho mais rápido para o coração dos leitores.
Se basta a história em si para gerar emoções fortes (e, com personagens como estas, é mais do que suficiente), a forma como os autores lhe dão vida reforça imensamente o seu impacto. Da arte, destacam-se os tons, as cores contrastantes e, acima de tudo, a expressividade das personagens. Dos diálogos, a mistura de intriga e de inocência que faz com que TIM seja, ainda e sempre, o centro de algo muito maior do que ele. As vulnerabilidades das personagens - expressas tanto em texto como em imagem - tornam-se assim nas grandes forças de uma história cheia de acção e de potencial.
Sendo o segundo volume de uma história mais vasta, não é de esperar que sejam já dadas todas as respostas. E não são mesmo. Todo o final é, aliás, uma grande pergunta - uma pergunta tão grande que deixa uma vontade praticamente irresistível de saber o que acontece a seguir. Final mais aberto seria difícil, mas é também um final adequado, pois replica - e intensifica - a estrutura do volume anterior. TIM parte de uma mudança, percorre um caminho difícil e completa uma fase do seu percurso - a que se seguirá certamente algo de diferente. As respostas em falta são também possibilidades - e o que se segue só pode ser bom.
A mesma emoção, o mesmo fascínio e o mesmo equilíbrio entre acção e emoção - mas com o dobro da intensidade. Assim é este segundo volume: uma leitura viciante, intrigante, muito comovente e que promete ainda novas e melhores surpresas para o que resta descobrir da história. Belíssimo - e muito bom.
Título: Descender, Vol. 2: Lua Máquina
Autores: Jeff Lemire e Dustin Nguyen
Origem: Recebido para crítica
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