Louis de Villeclaire é um dos homens mais ricos de França. E uma aposta arriscada deixa-o, de súbito, na posse dos bens de um homem que morreu em dívida para consigo. Dos bens... e das pessoas a ele associadas. Assim, o caminho de Villeclaire cruza-se com o da enigmática Catherine Duvernois, cujo futuro parece incerto. Contudo, enquanto Catherine se habitua a um ambiente que não é o seu e à possibilidade de um destino que a perturba, um novo problema surge na vida de Villeclaire. Blanche de Belfort está disposta a tudo para convencer o libertino Louis a casar com ela. E os motivos não são, de todo, os melhores...
Um dos aspectos mais interessantes deste livro é a forma como a autora apresenta as interacções no meio da nobreza. A fama de Villeclaire, resultante em parte da sua linhagem, mas também da sua riqueza, cria um interessante contraste com situações como as de Catherine, cuja vida social é praticamente inexistente, ou com a das Belfort, de origens duvidosas, mas dispostas a subir a todo o custo. Cria-se, portanto, uma boa base para o que acaba por ser um dos lados mais cativantes desta história: a armadilha tecida em volta de Villeclaire e os meios necessários para a derrubar.
Sendo a possibilidade do romance um elemento expectável neste tipo de livro, é curioso notar que a interacção dos protagonistas é, durante uma parte considerável do enredo, bastante reduzida. Catherine e Villeclaire vivem experiências relativamente independentes - apesar do lugar de ambos nos pensamentos um do outro - e dificuldades particulares a cada um deles. Não é o clássico romance improvável ou impossível, mas uma série de dificuldades próprias a cada um dos protagonistas, sendo a superação destas o caminho para uma verdadeira interacção. Surpreende, pois, que esta ganhe vida apenas na fase final, depois de diferentes experiências os aproximarem. Claro que seria interessante ver um pouco mais de romance entre os protagonistas, mas a forma invulgar como este é introduzido acaba por dar à narrativa um curioso toque de diferença.
Com uma escrita agradável e uma história leve, mas cativante e com uma boa medida de emoção, Aposta Indecente é, em suma, uma leitura agradável e que proporciona bons momentos de entretenimento. Gostei.
Bom-dia, Carla!
ResponderEliminarGostei muito da resenha. Parabéns!
Sou apaixonada por escrever!
No último dia 16/08, lancei no Brasil [moro na Holanda], minha primeira obra literária, o romance “Mevrouw Jane”.
Eu não poderia estar mais feliz com a opinião de meus leitores e da crítica:
“Romance de estreia, mas dá a ilusão de ser obra de autora experiente, pelas qualidades que apresenta. Trata-se de um romance intimista - centralizado basicamente em problemas familiares -, que certamente agradará ao leitor desde as primeiras linhas. E ficará encantado com o final surpreendente. É ler para ver.
(José Augusto Carvalho - Mestre em Linguística pela Unicamp, e Doutor em Letras pela USP)
Eu me auto publiquei. “Mevrouw Jane” está disponível também como e-book. ISBNs: 978-85-63654-38-0 e 978-85-366-2207-1
Assim sendo, convido-a para visitar o meu cantinho virtual, explorá-lo e ler o prefácio de “Mevrouw Jane”. Espero não desapontá-la. Se deixar um comentário, ficarei muito satisfeita!
Este é o URL: http://josanemary.wordpress.com/mevrouw-jane/
Escrever é muito mais do que uma terapia, é uma extensão de mim!
Obrigada, e grande abraço daqui da Holanda!
Excelente resenha! Eu parei o livro no meio porque o emprestei, agora vou concluir a leitura em pdf (encontrei aqui se também estao buscando pessoal]: http://portugues.free-ebooks.net/ebook/Aposta-Indecente).
ResponderEliminarMas até onde li concordo com tudo que foi citado!!