Com muita imaginação e humor, seis autoras trazem-nos seis histórias, seis receitas e uma paixão: o Picante. Para todos os amantes de repastos condimentados e de prosa bem temperada, aqui se contam seis histórias gourmet para os mais variados pratos.
Vamos poder descobrir: Os ritos de passagem da vida e um CARIL DO ADEUS muito especial (Alice Vieira); A história intrincada de Lady Araminta Hack e de uma CARNE DE RENA COM MOLHO PICANTE (Catarina Fonseca); Que nem tudo o que parece é: a história ilusória de uns PIMENTOS PADRÓN (Leonor Xavier); De como um MOLHO AGRIDOCE PICANTE pode mudar uma ou mais vidas (Maria João Lopo de Carvalho); Os poderes (quase) encantatórios de um CHILLI COM CARNE (Maria de Rosário Pereira); E, uma SOPA PICANTE DE COGUMELOS SELVAGENS que levanta tudo (Rita Ferro).
Alice Vieira, sessenta e oito anos, lisboeta de gema, jornalista, escritora e boa cozinheira. Como sempre gostou de andar contra a corrente, faz caril para a ceia de natal… e por isso atesta a veracidade da receita que aqui deixou.
Catarina Fonseca nasceu em Lisboa, a 2 de abril de 1969. Tem o mestrado em literatura inglesa e trabalha atualmente na revista Ativa. Nunca aprendeu a fazer caril mas gostaria sinceramente de ter mais picante na sua vida e promete de hoje em diante fazer por isso.
Leonor Xavier, formada em Românicas pela Faculdade de Letras de Lisboa, viveu no Brasil, e em 1980, no Rio de Janeiro, estreou-se como jornalista e escritora. Na imprensa, tem sido repórter de coisas e gente, e na escrita tem a natureza humana por tema e a ironia por tom. Aos leitores dedica, com gosto e tempero, este exercício de invenção. Exercício de pura literatura, pingado de malefícios, acelerado nas peripécias, inesperado no final.
Maria João Lopo de Carvalho escreve e fala pelos cotovelos tanto para adultos, como para crianças e jovens. Alfacinha de 62, mãe de dois filhos e licenciada em línguas e literaturas modernas nunca recusa uma conversa picante! Dizem que tem sal a mais, sobretudo na companhia de um bom garfo mas, na verdade, temperos e receitas nunca foram o seu forte. Pimenta? Só na língua!
Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa, onde vive desde sempre. Lê, escreve e publica livros, pelo que conhece em detalhe a anatomia das traças. Tal como elas, alimenta-se de histórias, que têm a vantagem de não sujar loiça. Conhece muitas palavras que picam na língua e espirra quando a pimenta lhe chega ao nariz e não as pode dizer.
Rita Ferro é escritora, mas sobretudo mulher. Teve filhos, plantou árvores, escreveu livros, e conseguiu chegar aos 56 anos sem nunca ter escamado peixe nem passado a ferro um fato de homem. «Gostem de mim pelo que sou e não pelos serviços que presto», costuma dizer, «ou então desapareçam, que não me fazem falta.» Nesta fase, gostava de ter um bar em Lisboa e de fazer fotografia. «Quem és?», Perguntam-lhe. «Não faço a mínima ideia», responde. Diz que prefere a incógnita. A dos outros, a da vida, a sua. Ultimamente, tornou-se especialista em olhar para paredes. «Chego a comover-me», explica.
Sem comentários:
Enviar um comentário