A evolução de uma espécie é feita de conflitos e da sobrevivência dos mais aptos. Mas o que define o mais apto? Não é apenas no funcionamento da população ou nas características fenotípicas do indivíduo que se definem os elementos na base da selecção natural. Porque o conflito não é apenas entre grupos ou entre indivíduos, mas dentro do próprio genoma. E é nestes conflitos que se encontram as explicações para factos como a proporcionalidade entre machos e fêmeas em diferentes espécies ou os comportamentos aparentemente altruístas de algumas dessas espécies.
Há muito de interessante para descobrir neste livro. E, tratando-se de uma obra sobre genética, onde surgem uns quantos termos complicados e uma série de teorias diferentes, é relevante referir a forma acessível como o livro é construído. Com exemplos práticos, explicações claras e uma organização cuidada dos diferentes temas, bastam os conhecimentos básicos de genética e/ou biologia para assimilar facilmente os conteúdos deste livro.
Também de referir é a diversidade de exemplos apresentados, tanto a nível do reino animal como das plantas. Há, aliás, todo um capítulo dedicado às plantas e às particularidades do seu sistema reprodutivo (levando, por sua vez, a toda uma série de paralelismos e divergências a nível de conflitos genéticos), sendo este capítulo particularmente esclarecedor na exposição das semelhanças e diferenças existentes.
Trata-se, portanto, de uma leitura muitíssimo interessante no que toca a conflitos genéticos e evolução. Escrita de forma acessível, é um livro de leitura agradável, mas esclarecedor e com muito de interessante para assimilar. Muito bom.
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