sábado, 19 de novembro de 2011

Livrai-nos do Mal (Romain Sardou)

Numa paróquia remota, conhecida pelos seus prodígios, a chegada de um grupo de homens de negro que raptam uma criança, deixando outra morta, vem abalar a tranquilidade. Mas o pároco tem mais motivos que qualquer um para recuperar o rapaz e não vê outra opção que não seguir o rasto dos seus raptores. Entretanto, em Roma, um célebre investigador é contactado pela irmã de um jovem, que, na sequência do seu trabalho para um cardeal, desapareceu sem deixar rasto. Os dois casos não parecem ter qualquer relação... mas há interesses poderosos a controlar o aparecimento de supostos milagres e, sem conhecer o caminho do outro, tanto o padre como o investigador se encontram envolvidos numa trama perigosa que diz respeito a grandes figuras da Igreja.
É com uma escrita directa, mas com bastante atenção aos pormenores relevantes, e através da acção de várias personagens interessantes, que o autor constrói esta curiosa fusão de thriller e romance histórico com um toque de fantástico. E há bastante de bom nos diferentes aspectos: o ritmo acelerado que marca o percurso da investigação, numa corrida contra o tempo onde há vários adversários poderosos alia-se à teia de interesses e intrigas no seio da sociedade eclesiástica, servindo o toque de magia proporcionado pelas crianças dotadas para tornar mais surpreendente uma história que é já bastante cativante. Ficam, é certo, alguns aspectos por explicar, mas o essencial é desenvolvido de forma cativante e, estando este livro relacionado com outra obra do autor, é natural que alguns elementos sejam referidas de forma mais passageira, evocando aspectos explorados no passado, ou talvez preparando futuras revelações.
Trata-se também de um livro marcado por várias reviravoltas e isto é particularmente evidente na investigação de Benedict Gui. O que parte da simples vontade de auxiliar uma rapariga na busca do irmão desaparecido cedo evolui para algo mais e é interessante notar como, num enredo onde quase ninguém é o que parece, a mente de Gui consegue, apesar de tudo, estabelecer ligações, permitindo-lhe reagir ante circunstâncias delicadas. Gui é, na verdade, a mais carismática das personagens desta obra, com o seu poder de raciocínio e dedução aliados a um passado que, ainda que brevemente referido, basta para criar empatia.
De leitura agradável e cheio de surpresas, apesar de um final que, mudando tudo o que o leitor esperava, acaba por ser, talvez, um pouco abrupto, Livrai-nos do Mal é, em suma, um livro cativante, com momentos surpreendentes e personagens que deixam sempre vontade de saber mais. Um bom livro.

3 comentários:

  1. Olá, parabéns pelo blog. Estou passando p divulger uma promoçāo q faz parte de uma iniciativa de incentivo à leitura. Ficaria muito feliz com sua participaçāo. Abs.
    Angela
    http://angeladalpos.blogspot.com/2011/09/promocao-siga-vote-e-concorra-2.html

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  2. Oi parabens pelo blog. Amei.
    vc sabe onde posso encontra este livro (Livrai-nos do mal) em portugues? bjo

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  3. Olá!

    Este livro foi publicado em português pela Bertrand. Como já foi há bastante tempo, não sei se ainda será possível encontrá-lo nas livrarias. É uma questão de tentar.

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