A vida é feita de desafios. E entre os desafios, os obstáculos, as dúvidas e as dificuldades, às vezes é difícil manter o optimismo. Este livro é uma experiência pessoal de optimismo: um olhar à vida segundo o interior, pondo de parte expectativas e obrigações sociais para olhar para o que realmente importa. É também, além da descoberta pessoal da autora, um conjunto de visões inspiradoras, com as quais podemos identificar-nos de forma mais ou menos completa, mas das quais há sempre um conjunto de boas ideias a ponderar.
Quando se lê um livro deste género, muitas vezes importa partir de um certo estado de espírito, pois, se formos de natureza mais pessimista, é inevitável, muitas vezes, a sensação de que tudo parece "demasiado fácil". E, sendo um livro escrito de forma relativamente simples, desfiando as ideias quase como se de poemas se tratassem, é inevitável a sensação de que a vida é muito mais complexa do que estas ideias concisas e aparentemente simples. Nunca é assim tão fácil, pois não? Mas, passada a ambiguidade inicial de olhar para as coisas desta forma - desta impressão de simplificar algo que é bastante mais complexo - surge outra possibilidade. Simplificar é um bom ponto de partida quando o todo parece demasiado vasto para suportar. E estas visões simples podem muito bem funcionar como a base para uma inspiração maior.
Outro aspecto a ter em conta é que nem todos vemos a vida da mesma forma. Nem todos partilhamos das mesmas crenças. Assim, é perfeitamente possível ler alguns textos e concordar integralmente com eles e, ao ler outros, sentir uma certa impressão de que as coisas não são bem assim, como é o caso da recorrente associação entre mente e doença física. Ainda assim, discordâncias à parte, emerge uma imagem geral que é, acima de tudo, positiva: uma mensagem de força, de descoberta, de sermos mais por nós do que pelas expectativas do mundo, de olharmos para o que verdadeiramente tem significado para nós.
E há ainda um aspecto surpreendente: a forma como estas ideias são apresentadas, quase em forma poética, mas com a fluidez de uma escrita ao ritmo do pensamento, conferem as ideias uma maior naturalidade, quase como se tivessem saído directamente da mente - ou do coração - para o papel. Esta expressão simples, mas ao mesmo tempo invulgar, confere à leitura uma espécie de genuinidade que torna mais fácil a assimilação das ideias - e do que eventualmente possam fazer sentir.
Terminada a leitura, vai já bem longe a ambiguidade inicial. Ficam as ideias positivas, aquilo que se pode adaptar à experiência pessoal de cada um. E a impressão de uma visão que, embora aparentemente simples, é suficientemente vasta para passar uma mensagem positiva a diferentes leitores em diferentes fases da vida.
Título: Juro Amar-me
Autora: Isabel Baía Marques
Origem: Recebido para crítica
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