sábado, 22 de março de 2014

Private: Principal Suspeito (James Patterson e Maxine Paetro)

Ao regressar a casa depois de uma viagem de trabalho, Jack Morgan encontra-se com o caso da sua vida. A ex-namorada, Colleen, jaz morta na sua casa, na sua cama, e não há provas que apontem para outro culpado que não ele. Mais que isso. A polícia parece mais que disposta a aceitar a solução óbvia. Jack não é o principal suspeito. É o único suspeito. Por isso, enquanto a polícia conduz uma investigação que o incrimina cada vez mais, Jack tem de usar todos os recursos da Private - e todos os argumentos do seu pensamento - para descobrir o verdadeiro responsável. E, mesmo assim, a vida não pára e ele e os seus colaboradores têm outros casos para acompanhar. Casos que, como seria de esperar, se tornam mais complicados do que, à primeira vista, se julgaria.
Como já vem sendo habitual nos livros de James Patterson, sobressai deste livro um conjunto de características que contribuem em muito para tornar a leitura viciante. Os capítulos curtos, escritos sem elaborações e com ênfase na acção, juntam-se a um enredo cheio de surpresas e em que há sempre algo de interessante a acontecer. O resultado é, claro, um livro difícil de largar antes do virar da última página.
Mas o grande ponto forte desta série é precisamente Jack Morgan. Carismático, mas com vulnerabilidades e um passado que define as suas escolhas, Jack é uma personagem empática, protagonista de grandes momentos e com uma forma de liderança especialmente cativante. E, neste livro, Jack é a figura central de uma situação complicada, pelo que acaba por estar no centro de alguns dos momentos mais marcantes. Além disso, ao colocar Jack como o principal suspeito, surgem também algumas questões interessantes no que toca ao funcionamento da Private, do qual sobressai um certo sentido de lealdade - mesmo por entre todos os outros problemas a resolver - que acaba por ser particularmente marcante.
Ainda assim, a história não se centra apenas na morte de Colleen e nas possíveis consequências para Jack. Há outros casos a decorrer e todos eles têm algo de interessante, quer nas relações que os protagonistas retiram dele, quer nas respostas ao mistério propriamente dito. Mas há uma contrapartida nesta confluência de enredos. É que o caso de Jack acaba por ficar, por vezes, para segundo plano, o que deixa uma sensação de que, devido à dispersão entre os diferentes casos, há coisas que são deixadas por dizer. Nada de essencial, entenda-se, já que todas as perguntas relevantes encontram uma resposta e há intensidade mais que suficiente ao longo do enredo. Mas, sendo Jack a alma da Private, e sendo tão difíceis as suas circunstâncias, fica a impressão de que a sua parte da história poderia ter tido mais destaque.
A soma de tudo isto é um livro que, apesar de um pouco mais disperso que o anterior, reúne um interessante conjunto de casos, para dar forma a um enredo com qualidades mais que suficientes para proporcionar uma leitura viciante. Intenso, surpreendente e cheio de bons momentos, um bom livro. 

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