Editado na China em 1995, «Peito Grande, Ancas Largas» causou, na altura da sua publicação, uma grande controvérsia. O seu conteúdo de teor sexual e o facto de não retratar uma versão da luta de classes consentânea com os cânones do Partido Comunista Chinês, obrigaram Mo Yan a escrever uma autocritica ao seu próprio livro e, mais tarde, a retirá-lo de circulação. Ainda assim, inúmeros exemplares continuam a circular clandestinamente.
Num país onde os homens dominam, este é um romance épico sobre as mulheres. O corpo feminino serve, conforme sugere o título, como imagem e metáfora ao livro. A mãe nasce em 1900 e casa-se com 17 anos. Com 9 filhos, apenas o mais novo é rapaz. Jintong é inseguro e fraco, contrastando com as 8 irmãs, muito determinadas.
Dividido em sete capítulos que representam os períodos desde o fim da dinastia Qing, passando pela invasão japonesa, a guerra civil, a revolução cultural e os anos pós-Mao, este é um romance que percorre e retracta a China do último século através da vida de uma família em que os seres verdadeiramente fortes e corajosos são as mulheres.
Mo Yan nasceu a 5 de Março de 1955 em Goami, província de Sandong, na China. É considerado um dos grandes escritores chineses contemporâneos, tendo começado a escrever no início dos anos 80, após uma fase difícil em que foi obrigado a interromper os estudos durante o período da Revolução Cultural.
O seu primeiro romance «O rabanete de Cristal», foi publicado em 1981, tendo até hoje editado mais de 80 títulos, entre romances, contos e ensaios.
Grande admirador de William Faulkner, Yukio Mishima, Garcia Marquez e Kenzaburo, é um escritor " Cujo realismo alucinatório funde contos tradicionais, história e contemporaneidade" palavras usadas pela Academia Sueca na atribuição do Prémio Nobel da literatura 2012.
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