Depois de oito anos à espera do regresso do noivo, Clio Whitmore está decidida a tomar as rédeas da sua própria vida. Herdou um castelo, por isso tem os meios para o fazer. A única coisa que lhe falta é a assinatura do irmão do noivo nos documentos de dissolução do compromisso. Mas Rafe Brandon não está interessado a fazer-lhe a vontade. Muito pelo contrário. Decidido a manter a sua liberdade e mais que disposto a livrar-se das responsabilidades de gerir os bens do irmão, Rafe quer que o casamento aconteça o mais rapidamente possível e está disposto a tudo - mesmo que isso implique ser ele a organizar o casamento - para levar Clio a mudar de ideias. O problema é que Clio não é apenas a noiva do irmão, e os sentimentos que tem por ela e que sempre tentou ocultar são cada vez mais fortes...
Uma das coisas mais interessantes neste género de livro é a capacidade de, partindo de uma história centrada, na relação romântica entre um casal, com todas as dificuldades e obstáculos que lhe estão subjacentes, acrescentar algo de novo a um enredo do qual, à partida, se adivinha o fim. É esse o desafio e, por isso, é na capacidade de construir uma jornada agradável e de surpreender ao longo do percurso que se encontram as forças deste tipo de história.
Este livro tem essas forças centradas, essencialmente, em dois aspectos: na capacidade de criar proximidade com os protagonistas, seja nos momentos de humor, seja nos de emoção, e no percurso de querelas e mal entendidos que acaba por abrir caminho ao romance. Estes dois pontos acrescentam ao romance algo de único, que diferencia esta história de todas as que com ela têm alguns pontos em comum. E, claro, fazem com que a leitura seja mais cativante.
É muito das personagens que vive a alma desta história, sendo elas, por isso, o aspecto mais interessante. Rafe e Clio, claro, tão diferentes, aparentemente, mas complementares em tantos aspectos, cativam não só pela relação que têm um com o outro, mas principalmente pelos factos que definem as suas personalidades. Mas também as figuras que os rodeiam, tão capazes de despertar empatia (como a estranhamente encantadora Phoebe), como uma certa aversão (como é o caso do cunhado de Clio). O que é certo é que, mais ou menos adoráveis, todos têm um papel a desempenhar na evolução da história. E se, sobre alguns deles, ficam algumas perguntas sem resposta, ficam também vários traços memoráveis.
E depois há um enredo cheio de peripécias, com os preparativos do casamento no centro dos momentos mais divertidos, e a luta de Clio pela sua liberdade enquanto mulher a motivar vários momentos comoventes. Momentos que são mais que suficientes para compensar os poucos em que a posição de algumas personagens - com um claro destaque para Daphne - consegue ser um tanto ou quanto irritante. Ainda que servindo um objectivo, é certo.
A soma de tudo isto resume-se de forma muito simples. Uma leitura agradável e cativante, com personagens fortes e uma história divertida e surpreendente nos momentos que realmente importam. Uma boa leitura, portanto.
Título: A Noiva do Marquês
Autora: Tessa Dare
Origem: Recebido para crítica
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